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    Cinema

    Testemunha de Acusação – 1957 (Resenha)

    Luiz Eduardo LuzPor Luiz Eduardo Luz11 de novembro de 2016
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    Nascido na Polônia, de pai e mãe judeus, no começo do século XX, Billy Wilder teve de fugir da Europa devido à ameaça do nazismo. Quando chegou aos EUA, estava tendo dificuldades em entrar no país por conta da falta de alguns documentos. O agente do governo que estava impedido sua entrada, após muita insistência do jovem cineasta, perguntou como que ele ganhava a vida. “Eu escrevo filmes”, respondeu o imigrante. “Então faça bons filmes”, disse o homem, carimbando a autorização de entrada. Wilder disse que passou toda sua vida tentando cumprir a promessa que fez ao agente que salvou sua vida.

    Em 1957, já tendo em seu currículo filmes memoráveis como Farrapo Humano (The Lost Weekend), Pacto de Sangue (Double Indemnity) e Crepúsculo dos Deuses (Sunset Blvd.), Wilder decidiu realizar uma adaptação para o cinema de Testemunha de Acusação (Witness For The Prosecution), peça da famosa escritora inglesa Agatha Christie. Em parceria com Harry Kurnitz, escreveu o roteiro e a produção do filme foi iniciada.

    A história gira em torno de Sir Wilfrid Robarts (interpretado por Charles Laughton), um advogado renomado da Inglaterra, conhecido por sua habilidade em ganhar casos considerados impossíveis. O filme inicia quando ele sai do hospital e volta ao trabalho, após ter um enfarto. Por mais que deseje voltar a sua rotina, o gordo homem agora é constantemente vigiado pela enfermeira Plimsoll (Elsa Lanchester), que regula seus horários e afazeres, além de seu consumo de álcool e charutos. Contudo, os planos de Wilfrid de uma volta tranquila ao trabalho são demolidos quando ele recebe a visita de um homem chamado Leonard Vole (Tyrone Power), que está sendo acusado de assassinato e quer que o advogado o defenda. Incialmente relutante por conta de sua condição clínica, ele aceita defendê-lo, porque crê em sua inocência.

    Vole conta que, nos últimos meses, vinha encontrando constantemente uma senhora viúva e rica, Emily French (Norma Varden), e que desenvolveram uma forte amizade. Uma noite, porém, Leonard é informado de que a velha foi encontrada morta em sua casa, vítima de um crime. O jovem diz que não possuía motivos para cometer o ato, visto que sua amizade com a mulher era por interesse nos investimentos que ela iria fazer em suas invenções, e que, com sua morte, isso não iria acontecer. Tudo muda quando Leonard recebe, no escritório do advogado, a notícia de que o testamento da senhora French transferia o dinheiro dela para ele.

    Conforme o caso vai ganhando cada vez mais reviravoltas e novas descobertas, mais Sir Wilfrid fica obcecado em resolvê-lo, deixando de lado a própria saúde em prol de seu amor e respeito inabaláveis pela lei. A figura mais misteriosa do filme é a esposa de Vole, Christine (Marlene Dietrich). O suspense ao redor dela reside no fato de que Leonard constantemente afirma que ambos se amam profundamente, e em sua fé que ela irá ajudar a salvar sua vida, enquanto que a mulher demonstra grande indiferença em relação ao seu marido – e seu destino.

    A segunda metade do filme se concentra no julgamento do caso, recheado de discussões ácidas entre defesa e promotores, além de monólogos memoráveis de Charles Laughton. Um dos grandes méritos de Testemunha de Acusação é o modo como o filme foge ao clichê das histórias tradicionais de tribunal, nas quais o mistério reside, normalmente, em como o crime será solucionado. No filme de Wilder (e no texto de Christie), todo o mistério recai sobre a incerteza que a narrativa nos dá sobre a inocência ou não do réu.

    Por mais emotivos que sejam os apelos de Vole, por mais seguras que sejam as evidências apresentadas pelo promotor, e por mais bem construídas que sejam as defesas de Wilfrid, o espectador nunca tem a segurança de ter certeza de algo. O mistério é sempre suavizado pelo humor presente no roteiro de Wilder e Kurnitz, atuante, principalmente, na relação entre Wilfrid e a enfermeira Plimsoll (Laughton e Lanchester foram casados na vida real, o que contribuiu para a química em cena), em que o mau-humor e a ironia do advogado contrastam com a alegria e a seriedade da moça, provocando cenas hilárias.

    Wilder, inclusive, sempre foi mestre em mesclar comédia e drama, como poucos outros realizadores na história do cinema. O advogado encarnado por Laughton consiste em uma de suas mais brilhantes atuações, na qual criou um icônico personagem dotado de humor, drama e uma clássica mania com o seu monóculo. Os esforços do personagem, que luta contra as limitações de seu coração, vão até os últimos momentos da trama, em um final histórico e eletrizante.

    Quando estava em exibição nos cinemas, os funcionários dos cinemas distribuíam às pessoas que iam ver o filme uma carta, na qual estava escrito “eu juro solenemente não contar o final de Testemunha de Acusação para quem ainda não viu o filme”, tamanha a quantidade de surpresas e pontos de virada que o roteiro reserva nos seus quinze minutos finais.

    Ancorado em um texto de uma das grandes escritoras da literatura contemporânea, realizado por um cineasta único e interpretado por um elenco de peso, Testemunha de Acusação é uma experiência cinematográfica inesquecível, que se destaca por ser ao mesmo tempo tão ousada e tão simples – algo que, na verdade, é característica marcante da filmografia de Wilder.

    Se o agente de imigração soubesse, naquele dia, que diante dele estava um jovem de potencial tão grande, certamente não teria demorado tanto para conceder-lhe entrada. E não nos esqueçamos: não é permitido contar o final do filme a ninguém.

    8.2 Muito bom

    Uma trama repleta de intrincadas reviravoltas, que carregam o filme até um clímax eletrizante, em uma excelente adaptação de Billy Wilder de uma peça de Agatha Christie. Testemunha de Acusação é um dos maiores filmes de tribunal da história.

    • IMDb 8.4
    • Roteiro 8.5
    • Elenco 8.5
    • Fotografia 8
    • Trilha Sonora 7.5
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    Luiz Eduardo Luz
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    Publicitário, amante da sétima arte e colecionador de filmes, escreve sobre cinema para o Canto Dos Clássicos. Frase preferida do cinema: “Tudo bem, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close-up.” – Crepúsculo dos Deuses.

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