Autor: Luiz Eduardo Luz

Publicitário, amante da sétima arte e colecionador de filmes, escreve sobre cinema para o Canto Dos Clássicos. Frase preferida do cinema: “Tudo bem, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close-up.” – Crepúsculo dos Deuses.

7.9
Cinema

A carreira do mestre Alfred Hitchcock é tão recheada de obras-primas que, por muitas vezes, acabamos nos retendo a um pequeno número de filmes mais famosos e reconhecidos do cineasta, deixando de lado preciosidades com menos renome. Poucos diretores têm em seu currículo tantos filmes clássicos e inesquecíveis quanto o britânico, eternizado por trabalhos como Psicose, Um Corpo que Cai, Janela Indiscreta, Intriga Internacional e Interlúdio. Mas o mestre do suspense dirigiu mais de cinquenta filmes, e seria uma enorme injustiça com ele, e com o próprio cinema, deixar de lado essa enorme quantidade de material que ele produziu. Um…

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7.9
Cinema

Antes de mudar para sempre a história de Hollywood e definir o modelo de Blockbuster contemporâneo com a obra-prima Tubarão (Jaws, 1975), o cineasta Steven Spielberg teve de fazer seu nome na indústria para ter a oportunidade de realizar filmes ambiciosos, como o já citado, Indiana Jones e ET, por exemplo. Ainda como um aspirante a cineasta, Spielberg já tinha produzido alguns curtas-metragens e filmes amadores, mas foi somente em 1971 que ele deu início ao que viria a se tornar uma das maiores carreiras da história do cinema. Neste ano, o diretor realizou o filme Encurralado (Duel, 1971), originalmente encomendado…

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8.4
Cinema

Uma cena de um homem parado em uma vasta paisagem. Em seguida, ele avista seus companheiros e, em seus cavalos, todos partem. Chegam a uma pequena cidade no velho oeste dos EUA, onde está ocorrendo uma cerimônia de casamento dentro da delegacia. O noivo é o xerife da cidade, Will Kane, interpretado pelo lendário Gary Cooper. A noiva, por sua vez, é Amy Kane, vivida pela inesquecível Grace Kelly. Logo após a cerimônia, o xerife é avisado de que três pistoleiros estão esperando na estação pelo trem do meio-dia, que traz o recém-libertado Frank Miller (Ian MacDonald), perigoso bandido que…

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7.9
Cinema

Quando realizou O Rei da Comédia (The King Of Comedy, 1983), o lendário cineasta Martin Scorsese já havia passado por muita coisa em sua vida pessoal e profissional. Em pouco mais de uma década, consolidou-se como um dos expoentes da Nova Hollywood e uma das vozes mais fortes na mudança de paradigma que ocorreu na indústria no início dos anos 70, principalmente no que se refere ao tratamento de temas como violência e sexo, anteriormente tratados como tabus. Depois de dirigir o aclamado Taxi Driver (Idem) em 1976, o jovem nova-iorquino, nascido e criado em uma fervorosa família de imigrantes…

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8.0
Cinema

O faroeste, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, é um gênero riquíssimo que possibilita diversas abordagens históricas, sociais, narrativas, técnicas e estéticas. Existem filmes que tratam de pistoleiros solitários, normalmente em busca de dinheiro. Outros abordam grupos de amigos que realizam serviços juntos. Muitos tratam de bandos criminosos que aterrorizam as pessoas e suas cidades. Há aqueles que bebem da expansão ferroviária. E, também, existem westerns que focam suas lentes na Guerra Civil dos Estados Unidos, seu período anterior ou posterior. O diretor John Ford, maior mestre do gênero, trabalhou e dissecou grande parte dos temas que…

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8.3
Cinema

A sociedade contemporânea vive tempos de grande desesperança política. Talvez como nunca antes em sua história. Não só no Brasil. O mundo todo está questionando os modelos tradicionais de governo e demandando mudanças no modo de se comandar. Há uma crise de confiança, também. Parece que não existem opções de representantes que possam trazer, de fato, essa nova era. Mas será que os problemas na política surgiram agora? Não, não surgiram. Eles existem há muito tempo, e o cinema, também há muito tempo, usa de seu encanto e poder para denunciar e questionar a política. Um dos mais belos e…

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8.5
Cinema

Em seus primórdios, o cinema sempre esteve conectado de alguma maneira com formas de arte mais antigas e consolidadas, como a literatura e o teatro. A própria linguagem cinematográfica também era limitada à época de seu surgimento. Com o tempo, o cinema foi evoluindo. Surgiram novas técnicas de edição, de fotografia, de efeitos especiais. Além disso, novos modos de se compreender esta arte tão jovem também começaram a aparecer nas inúmeras mentes empolgadas e inquietas de admiradores e profissionais. A sétima arte evoluiu de forma extremamente rápida, espalhando-se pelo mundo em questão de poucos anos. Muito disso se dava à…

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8.8
Cinema

Em 1927, o cineasta alemão F. W. Murnau era reconhecido como um dos grandes mestres do cinema mundial. Como é de praxe na indústria cinematográfica, não tardou para o sempre atraente chamado de Hollywood bater à sua porta. O produtor William Fox queria que o diretor fosse para os Estados Unidos para realizar um filme para seu estúdio, disponibilizando bastante dinheiro e estrutura para que o artista trabalhasse livremente. Esta empreitada resultou em Aurora (Sunrise: A Song Of Two Humans, 1927), amplamente considerado como a obra-prima de Murnau, e um dos maiores filmes de todos os tempos. O alemão sempre…

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7.6
Cinema

A década de 60 foi marcada por revoluções culturais e movimentos sociais importantes ao redor do mundo. Entre eles estava o movimento de emancipação e de luta pelos direitos civis dos negros nos EUA, encabeçado por Martin Luther King. A influência desse período pôde ser sentida na arte e, em especial, no cinema. Se os negros já estavam relativamente bem estabelecidos na música, com reconhecimento artístico e sucesso comercial no jazz, por exemplo, no cinema a história era diferente. Continuavam sendo limitados a papéis de serviçais, bandidos e subalternos, em geral. Porém, no início dos anos 70, a coisa mudou.…

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8.1
Cinema

É surpreendente que o filme Rosa de Esperança (Mrs. Miniver, 1942) não seja amplamente conhecido atualmente, considerando o peso de seu estrelado elenco, a assinatura de um dos maiores diretores que Hollywood já teve, William Wyler, e, é claro, os seis prêmios Oscar que recebeu, incluindo o de Melhor Filme. O filme é, sim, reconhecido como um clássico, mas talvez não tenha o reconhecimento que de fato merece. Para entender melhor a obra, é importante uma contextualização sobre as condições em que ela foi realizada. Wyler era judeu, nascido na Alemanha. Mudou-se para os EUA ainda jovem, onde começou a…

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