Movimentos Cinematográficos – Cinema Novo Brasileiro
Já falamos de tantos movimentos cinematográficos ao redor do mundo mas agora chegou a hora se falar sobre a nossa terra, o Cinema Novo, movimento essencialmente brasileiro com muitos filmes obrigatórios para quem gosta de cinema e quer conhecer mais a nossa própria arte, muitas vezes deixada de lado.
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O Cinema Novo está entrelaçado com o cinema latino-americano em geral, porém foi um dos que mais se destacou pela criatividade e diversidade. O Brasil lançou grandes e relevantes filmes durante os anos 30, mas foi a partir de 1960 que o grande impulso nacional começou acontecer.
“Uma ideia na cabeça e uma câmera na mão”
Esse era o principal ideal dos realizadores do Cinema Novo brasileiro e um dos principais diretores da época foi o consagrado Glauber Rocha, que foi influenciado por alguns movimentos que já falamos anteriormente aqui no Canto dos Clássicos, como o Neorrealismo Italiano e a Nouvelle Vague francesa.
Glauber estreou no cinema com “Barravento” em 1962 mas foi em 1969 que fez um dos seus filmes de maior sucesso “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro” onde um pistoleiro é contratado para matar um cangaceiro mas no meio da tarefa acaba se questionando sobre o ato.
Vale lembrar que durante o período de atuação de Glauber Rocha, o Brasil sofreu um golpe militar em 1964, o que trouxe dificuldades para a indústria cinematográfica brasileira e em 1967, o diretor lançou “Terra em Transe” como uma resposta para aquele cenário em que se encontrava o país.
Por outro lado, Nelson Pereira dos Santos, outro grande diretor brasileiro, retratava em suas obras a pobreza rural e a dificuldade no Nordeste, um dos maiores símbolos disso é o filme “Vidas Secas”, de 1963.
Outros diretores também se destacaram nesta época, como Joaquim Pedro de Andrade e sua comédia “Macunaíma” de 1969, sobre temas políticos, raciais e sexuais. A história foi adaptada do romance de Mário de Andrade. Ruy Guerra fez, em 1964, “Os Fuzis”, filme que mostrava um grupo de soldados que tinha como missão proteger um armazém contra camponeses.
Voltando a falar de Glauber Rocha, um dos mais influentes dessa geração, tenho que destacar um dos mais emblemáticos filmes brasileiros realizados pelo diretor quando tinha apenas 22 anos: “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964). Neste clássico, temos história, política, mitos e religião misturados em um drama sobre uma família sertaneja que luta contra o latifúndio e a Igreja por conta da pobreza extrema.
“A festa de metáforas, alegorias e símbolos não é carnaval nem subjetividade; é a recusa de analisar racionalmente uma realidade que foi sufocada pela cultura europeia e pelo imperialismo americano. Eu faço filmes que resistem às classificações da antropologia colonial.”
– Glauber Rocha
O Cinema Novo Brasileiro foi, então, um movimento essencial para mostrar nossa arte ao mundo, destacando as diferentes realidades de um país com instabilidade racial e classista. Espero ter instigado você, leitor, a conhecer mais sobre esse período tão fértil culturalmente da nossa terra.
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Referência Bibliográfica: Livro Tudo Sobre Cinema, de Philip Kemp, lançado no Brasil pela editora Sextante.