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    Cinema

    Sob O Domínio do Medo – 1971 (Resenha)

    Luiz Eduardo LuzPor Luiz Eduardo Luz2 de março de 2017
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    Durante muito tempo, o processo criativo em Hollywood foi regulado pelo Código de Produção de 1934, também conhecido como Código Hays. Depois de muitos escândalos envolvendo astros do cinema estadunidense terem vindo à tona, esse código foi criado para fiscalizar o conteúdo exibido nos filmes, buscando que nada que denigra a “moral” chegasse às telas.

    Com o tempo, porém, a regulamentação foi perdendo força, até ser extinta oficialmente em 1956. Ainda levou um tempo para que os cineastas incorporassem aspectos anteriormente proibidos em seus filmes, mas, em meio aos turbulentos anos 60, marcados por intensos protestos contra a Guerra do Vietnã, o racismo e a desigualdade de gêneros, o cinema dos EUA renasceu, sob a alcunha de Nova Hollywood.

    Dois filmes fundamentais nesse movimento de renovação e de valorização de filmes independentes foram Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas, de Arthur Penn, e Meu Ódio Será Sua Herança, de Sam Peckinpah. Ambos foram revolucionários pelo modo como explicitaram a violência e sua exibição, antigamente reguladas pelo Código Hays. Dois anos depois, Peckinpah realizou um de seus melhores filmes: Sob O Domínio Do Medo (Straw Dogs, 1971). O filme foi protagonizado por Dustin Hoffman, que virara um grande astro em pouco tempo, devido aos seus trabalhos em A Primeira Noite de Um Homem e Perdidos na Noite, e co-escrito por David Zelag Goodman e pelo diretor, baseado no livro “O Cerco da Fazenda Trencher”, de Gordon M. Williams.

    A história gira em torno de David Summer (Hoffman), um pacato matemático estadunidense que se muda para o interior da Inglaterra com sua esposa inglesa, buscando um refúgio da agitação dos EUA na virada das décadas de 60 e 70. Sua esposa, Amy (Susan George), é nativa da pequena cidade e conhece a maioria das pessoas. Ela convida um antigo namorado, Charlie (Del Henney), e seus amigos para ajudarem na construção da garagem da nova casa do casal. A partir desse ponto, o filme se desenvolve em uma guerra psicológica entre o casal e os jovens. Os rapazes zombam e riem de David constantemente. O fato de o protagonista parecer estranho aos olhos comuns, por sua introversão e por alguns trejeitos, aliado a uma forte xenofobia, contribuem para a violência não física sofrida por ele.

    Peckinpah constrói uma forte ambiguidade em torno de Amy, que é vista constantemente sendo assediada pelos rapazes. Para eles, ela demonstra que gosta do que está acontecendo. Contudo, quando está com seu marido, ela reclama e pede para que ele faça algo a respeito. O que deflagra o conflito de vez é o assassinato do gato de Amy, o qual ela e David acreditam ter sido feito por Charlie e seus amigos. Enquanto David tenta apaziguar os ânimos, aceitando o convite dos homens para caçar junto com eles, ocorre a cena que classifica Sob O Domínio do Medo como um dos filmes mais polêmicos de sua época: Amy é forçada a fazer sexo com Charlie e depois é estuprada por um de seus colegas. A cena é fortíssima ainda hoje, então é de se esperar que tenha causado controvérsias na década de 70, na qual as pessoas não estavam acostumadas com tamanha violência mostrada em tela.

    O terceiro ato do filme começa durante uma festa realizada na igreja da cidade. Amy não se sente bem estando no mesmo lugar que seus agressores, e pede para ir embora. No caminho de volta, David atropela Henry Niles (David Warner), um deficiente mental que é odiado pelos homens da cidade por gostar de brincar com meninas. Niles estava fugindo, logo depois de ter saído com uma menina e acidentalmente a estrangulado. A menina é filha de um dos amigos de Charlie, o que faz com que eles partam à casa de Summer.

    A violência, que durante muita parte do filme ocorreu por insinuações e palavras, agora é física – e brutal. Enquanto os delinquentes tentam invadir a casa para matar Niles, David faz de tudo para defender o rapaz, sua esposa e si mesmo, e Peckinpah entrega uma das sequências mais tensas e violentas que o cinema já viu.

    Conforme o roteiro vai progredindo, ocorre o mesmo com a violência de David. Enquanto o filme leva o espectador a crer que ele é um covarde, que tem medo de reagir aos maus-tratos dos habitantes locais, o ato final mostra que David tinha medo da violência que estava contida nele mesmo. O nível de provocação que sofreu foi tão grande que o matemático virou um monstro, que chegar a assustar a própria mulher. O diretor traz uma abordagem hobbesiana ao filme, claramente nos mostrando que, em uma pequena cidade do interior, onde as leis e as autoridades são incompetentes na manutenção da ordem, o homem retorna ao seu estado selvagem, e se torna, por fim, o lobo do próprio homem.

    Ancorado por uma performance irretocável de Dustin Hoffman, uma trilha sonora angustiante de Jerry Fielding (indicado ao Oscar por esse trabalho) e um final inesquecível com o toque clássico de Peckinpah, Sob O Domínio do Medo é um dos grandes suspenses dos anos 70 e da Nova Hollywood, confirmando uma nova era no cinema, no qual a violência não apenas está permitida, como é a personagem principal.

    7.9 Bom

    Sob O Domínio do Medo é um dos melhores filmes do grande diretor Sam Peckinpah, trazendo uma atuação poderosa de Dustin Hoffman e uma incrível sequência na parte final.

    • IMDb 7.5
    • Roteiro 8
    • Elenco 8.5
    • Fotografia 7.5
    • Trilha Sonora 8
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    Luiz Eduardo Luz
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    Publicitário, amante da sétima arte e colecionador de filmes, escreve sobre cinema para o Canto Dos Clássicos. Frase preferida do cinema: “Tudo bem, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close-up.” – Crepúsculo dos Deuses.

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