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    Cinema

    Rastros de Ódio – 1956 (Resenha)

    Luiz Eduardo LuzPor Luiz Eduardo Luz19 de setembro de 2016
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    Quando foi lançado, em 1939, o filme No Tempo Das Diligências (Stagecoach) foi considerado por muitos o maior western já feito. Um heroico cowboy interpretado por John Wayne, que incorporava todas as virtudes do american dream, lutando contra um bando de índios malvados e salvando o dia. A direção do filme era de John Ford, maior vencedor da história do Oscar de Melhor Diretor, detentor de quatro estatuetas.

    Com o tempo, o retrato quase mitológico do velho oeste estadunidense foi sendo modificado. Os personagens não eram mais tão unilaterais, tampouco os índios eram retratados como os grandes vilões. A própria ideia de romper com esse estilo não era bem vista. Um dos filmes que pavimentou essa mudança foi Matar ou Morrer, de Fred Zinnemann, que provocou represálias e críticas por parte de John Wayne, que disse que aquele era o filme “menos americano” que ele já tinha visto.

    Então, em 1956, os mesmos Wayne e Ford fizeram outra de suas muitas parcerias, em Rastros de Ódio (The Searchers). Porém, não eram os mesmos de dezessete anos antes. Ambos eram artistas mais maduros e experientes. Experientes como o veterano da Guerra da Secessão interpretado por Wayne, o ex-soldado confederado Ethan Edwards. Alguns anos após o fim do conflito, ele volta para a casa da família de seu irmão.

    Com sutileza, Ford nos dá pistas sobre o passado e a personalidade de Ethan. O jeito como ele e sua cunhada Martha se olham revela um amor proibido entre os dois, que nunca é comprovado, nem desmentido. O descaso com o qual Edwards trata seu sobrinho adotivo Martin, que é mestiço, revela o lado racista do personagem (como a grande maioria dos soldados confederados, que eram pró-escravidão). Porém, após uma armadilha planejada por um grupo de índios comanches, a família de Ethan é assassinada e sua sobrinha mais nova, Debbie, é levada pelo cacique Scar para viver entre eles.

    A partir daí, começa a jornada de Edwards e Martin para achar a menina. Enquanto acompanhamos a viagem, somos imersos nas vastas paisagens do local preferido de Ford para seus filmes: o Monument Valley, em Utah, filmado de forma primorosa por Winton C. Hoch (Depois do Vendaval, 1952).

    O filme retrata o choque de dois personagens conflitantes, mas inegavelmente parecidos: Ethan e Scar. Ambos são racistas. Ambos conhecem o idioma e os costumes do povo que odeiam. E os dois têm em sua história a perda de entes queridos pela violência gerada pelo ódio e pelo preconceito. Assim, Ford construiu um western realista, distante do velho oeste de cowboys bravos e exemplares, que ele mesmo já havia retratado tão bem. Em Rastros de Ódio, o que se vê na tela é um lugar selvagem, onde brancos e índios coexistem em estado frequente de guerra.

    Porém, não é um filme sobre a violência. São poucas as cenas em que a vemos ocorrendo explicitamente. O alvo que o diretor realmente mira é o resultado da violência. A dor e o sofrimento que o conflito étnico causa nas pessoas, em suas vidas e no meio em que vivem. O assassinato de Martha não é mostrado, e sim a desolação de Ethan, amplificada pela atuação marcante de Wayne, que sempre sofreu com críticas em relação à sua capacidade de interpretação. Também é assim com a ira provocada no jovem Brad, quando ele descobre o destino trágico de sua amada, Lucy.

    O maior resultado gerado pelo ódio entre brancos e índios é a constante ameaça de que Edwards deseja matar Debbie quando a encontrar. Para um homem que odeia índios, “viver como um comanche não é viver”. Quando chegar a hora, Ethan terá que confrontar, além de Scar, seus próprios fantasmas e preconceitos, em um dos mais emocionantes desfechos da sétima arte.

    O filme não foi um grande sucesso quando foi lançado, mas tem adquirido prestígio e admiração a cada ano que passa. Não é à toa que Rastros de Ódio foi eleito o melhor western da história do cinema estadunidense em 1997 (e novamente na renovação da lista, em 2007) em votação realizada pelo American Film Institute, e considerado o sétimo melhor filme de todos os tempos na enquete realizada pela revista Sight & Sound, em 2012 (que ocorre a cada dez anos, há sessenta anos). O filme ficou atrás apenas de Um Corpo que Cai, Cidadão Kane, Era Uma Vez em Tóquio, A Regra do Jogo, Aurora e 2001: Uma Odisseia no Espaço.

    Existe uma história que conta que, em uma reunião do sindicato de diretores de Hollywood, Ford se apresentou da seguinte maneira: “Olá, meu nome é John Ford e eu faço westerns”. Há quem diga que os grandes diretores são aqueles que navegam com igual maestria por diversas escolas e estilos. Mas Ford não restringia sua genialidade se atendo, muitas vezes, ao mesmo gênero cinematográfico. Quando sentava na cadeira de diretor para filmar John Wayne no Monument Valley, Ford apenas se agigantava.

    Texto enviado pelo leitor Luiz Eduardo Luz.

    8.5 Muito bom

    Um filme emocionante e poderoso sobre uma história repleta de amor, ódio e violência. John Ford e John Wayne no auge de seus trabalhos, justamente no gênero que ajudaram a imortalizar.

    • IMDb 8
    • Roteiro 8.5
    • Elenco 8.5
    • Fotografia 9
    • Trilha Sonora 8.5
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    Luiz Eduardo Luz
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    Publicitário, amante da sétima arte e colecionador de filmes, escreve sobre cinema para o Canto Dos Clássicos. Frase preferida do cinema: “Tudo bem, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close-up.” – Crepúsculo dos Deuses.

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