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    Início»Cinema»Era uma Vez em Tóquio – 1953 (Resenha)
    Cinema

    Era uma Vez em Tóquio – 1953 (Resenha)

    Luiz Eduardo LuzPor Luiz Eduardo Luz8 de fevereiro de 2017
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    Durante os anos 50, o Japão viveu o que atualmente é reconhecida como sua era de ouro no cinema. Após o fim da ocupação estadunidense, no início da década, o país entrou em um período de estabilidade financeira. Nos anos seguintes, o sistema de estúdios cinematográficos viveu seu auge. No fim da década, os estúdios japoneses produziam mais de 500 filmes por ano. No centro dessa efervescência estavam três diretores essenciais: Kenji Mizoguchi, Akira Kurosawa e Yazujirô Ozu.

    Ao contrário dos dois primeiros, que comumente realizavam obras de época, Ozu só realizou um filme desse gênero em sua carreira. Na primeira fase de sua carreira, ele dirigia comédias mudas de grande sucesso comercial. Porém, foi recrutado pelo exército japonês para lutar na Segunda Guerra Mundial. A guerra afetou profundamente sua visão de mundo e o modo como enxergava a sociedade, tornando-o um diretor de filmes mais “sérios” após retornar do conflito.

    Sua verdadeira especialidade era o retrato da sociedade japonesa moderna, e seu tema central era a família. Embora a maioria de seus filmes tratasse desse assunto específico, ele conseguiu atingir um nível artístico incomparável em Era Uma Vez Em Tóquio, de 1953. O roteiro, co-escrito por Ozu e Kôgo Noda, conta a história de um casal de idosos que mora na cidade portuária de Onomichi, com sua filha caçula, Kyôko (Kyôko Kagawa).

    O casal, Shukichi e Tomi (Chishû Ryû e Chieko Higashyama), decide viajar à Tóquio para visitar os dois filhos mais velhos, Koichi (Sô Yamamura) e Shige (Haruko Sujimura). Recebem uma recepção calorosa de seus filhos e da nora Noriko (Setsuko Hara), viúva de Shoji, filho deles que morreu na Segunda Guerra Mundial. Porém, nos dias seguintes, percebe-se uma clara má vontade por parte dos filhos em passar tempo com seus pais. O trabalho e outras obrigações são sempre usados como desculpas para empurrar a responsabilidade de um para o outro.

    A única que trata o casal de forma amorosa é Noriko, a nora. Um dia, ela leva os dois em um passeio por Tóquio. Ozu sempre gostou de mostrar os contrastes entre as tradições clássicas e a modernidade no Japão. O pai observa, embasbacado, as grandes construções da cidade, enquanto sua esposa fica admirada com o tamanho da capital.

    Nos dias seguintes, os filhos mais velhos resolvem pagar uma viagem para os pais, para uma cidade turística que possui banhos termais. O plano é ganhar alguns dias nos quais não precisarão se preocupar em distraí-los. Em determinada cena, o marido de Shige compra doces para dar aos seus sogros, e recebe como resposta da esposa o fato de que eram “caros demais para eles”. Entediados e cansados, os pais resolvem voltar à Tóquio alguns dias antes do previsto, pegando Shige desprevenida. Percebendo que não estão sendo bem tratados, e buscando não incomodar, os dois resolvem passar uma noite longe dos filhos.

    A mãe vai dormir na pequena residência de Noriko, e o pai vai encontrar um velho amigo para conversar e beber. Nesses encontros ocorrem alguns dos melhores diálogos do filme. A conversa entre a mãe e a nora sobre a possibilidade da jovem voltar a se casar é extremamente bela e comovente, e a conversa do pai com o amigo sobre a relação entre realização e expectativa acerca da vida dos filhos é dura e amarga. Mas o que ambas têm em comum, e o que permeia todo o filme, é a melancolia com a qual Ozu trabalha a instituição decadente que se tornou a família.

    Outrora incontestável e sólida, ela foi enfraquecendo devido à chegada do capitalismo industrial no país, o que acarretou na modernização e individualização da mentalidade dos jovens. Isso é evidente nas cenas em que os netos do casal, filhos de Koiji, estão presentes. O respeito com o qual os filhos adultos tratam os idosos é posto em conflito com a impetuosidade e aparente descaso com o qual as crianças tratam a própria mãe.

    No fim do filme, logo após a volta do casal para Onomichi, os filhos recebem a notícia de que Tomi, a mãe, está gravemente doente. A condição dela é o ponto culminante do roteiro, e acaba por mostrar, definitivamente, todas as facetas dos personagens do filme. Ozu, normalmente chamado de “o mais japonês” entre os cineastas japoneses, realizou o filme definitivo de sua carreira com Era Uma Vez Em Tóquio, que sintetiza com maestria toda a filmografia e a concepção artística do diretor, como o tema fundamental da família, a fotografia simples e com pouquíssimos movimentos de câmera, o enquadramento dos atores e, acima de tudo, o objetivo de mostrar, analisar e discutir a sociedade japonesa.

    Idolatrado, imitado e influente, o filme foi considerado o terceiro melhor da história do cinema na conceituada eleição da revista Sight & Sound, em 2012, ficando atrás apenas das obras-primas Um Corpo que Cai e Cidadão Kane, respectivamente. Buscando retratar uma cultura específica, Yazujirô Ozu fez um filme de apelo universal, com o qual pessoas de todo o mundo podem se identificar, espelhando-se em temas como amor, dor, perda, trabalho e família.

    8.7 Muito bom

    Era Uma Vez Em Tóquio é o retrato de Yazujirô Ozu sobre o impacto provocado pela modernidade na sociedade pós-guerra. Belo, melancólico e universal, é um dos expoentes do cinema mundial.

    • IMDb 8.3
    • Roteiro 9
    • Elenco 9
    • Fotografia 8.5
    • Trilha Sonora 8.5
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    Luiz Eduardo Luz
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    Publicitário, amante da sétima arte e colecionador de filmes, escreve sobre cinema para o Canto Dos Clássicos. Frase preferida do cinema: “Tudo bem, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close-up.” – Crepúsculo dos Deuses.

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