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    Cinema

    A Cor Púrpura – 1985 (Resenha)

    Luiz Eduardo LuzPor Luiz Eduardo Luz28 de novembro de 20162 Comentários
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    Steven Spielberg já se referiu diversas vezes ao filme A Cor Púrpura pela alcunha de seu “primeiro filme sério”. Na opinião do cineasta, foi a primeira vez em sua carreira que dirigiu um material com fins exclusivamente artísticos, que tratava de assuntos sérios e fugia do simples entretenimento (embora muitos de seus filmes consigam mesclar ambas as coisas).

    Então, em 1985, já estabelecido como um dos profissionais de maior sucesso de Hollywood, tendo filmes como Tubarão, E.T. e Indiana Jones em seu currículo, Spielberg decidiu dirigir A Cor Púrpura, adaptação do romance homônimo de Alicia Walker, publicado três anos antes e vencedor do prêmio Pulitzer.

    Porém, a decisão não foi fácil, nem rápida. O diretor estava receoso em assumir o cargo, por considerar que não tinha conhecimento suficiente sobre o sul estadunidense, e também por achar que um negro deveria assumir o projeto. O produtor Quincy Jones, que fazia questão que Spielberg comandasse o filme, disse a ele: “você não precisou ser um alienígena para dirigir E.T., certo?”. Isso, junto de muita insistência, o convenceram a aceitar o posto.

    A Cor Púrpura conta a história de Celie Johnson (Whoopi Goldberg, em seu filme de estreia), uma menina negra que vive no sul dos Estados Unidos no começo do século XX. Ela teve uma infância difícil, sendo abusada sexualmente por seu pai durante anos. Foi com ele, inclusive, que ela teve duas crianças, ainda na adolescência. Ambas foram arrancadas dela ainda bebês. A pouca felicidade que tinha era a proporcionada por sua irmã Nettie (Akosua Busia), a única pessoa que a amava de verdade.

    Um dia, Celie foi “entregue” por seu pai a Albert (Danny Glover), para que se casasse com ele. E assim se inicia o longo e horrível casamento dos dois. O filme mostra, gradativamente, os abusos e a violência de Albert com sua mulher. Logo no início do matrimônio, ele expulsa Nettie de sua casa pelo fato de ela ter resistido e escapado de sua tentativa de estupro. Ela diz que nem a morte a separaria de sua irmã, e promete a Celie que a escreveria sempre (incentivando-a, assim, a aprender a ler).

    Depois disso, as agressões, estupros e maus-tratos só aumentam. Ele só casou com ela para conseguir alguém que realizasse as tarefas domésticas e que cuidasse de seus filhos. Por diversas vezes, enquanto fazia a barba do marido, Celie pensou em matá-lo com a navalha, mas nunca teve a coragem para isso.

    Spielberg consegue transmitir a passagem do tempo com extrema leveza. Nem parece que o filme cobre quase quatro décadas da vida da protagonista. Ao longo do roteiro, são contados diversos episódios significantes para a construção da personalidade da mulher, além de sua interação com uma série de personagens memoráveis, como Shug Avery (Margaret Avery), que entra na história como amante de Albert para depois se transformar em uma grande amiga de Celie; e Sofia (Oprah Winfrey, também em seu primeiro papel no cinema), a namorada do filho de Albert. Ambas são mulheres fortes e independentes, e são essenciais no processo de emancipação da personagem de Goldberg em relação ao marido abusivo.

    Enquanto o tempo passa, Spielberg mostra diversas vezes ao espectador a caixa de correio da casa, a qual apenas Albert poderia abrir. E sempre que Celie o perguntava sobre algo de sua irmã, ele dizia que não tinha nada. A cada tomada da caixa vazia, mais triste e desapontada ficava a mulher. “Só a morte vai me separar de minha irmã”. Lembrava-se dessa frase de Nettie, e começava a pensar que ela realmente pudesse estar morta.

    O tema do racismo também é presente no filme. Embora a escravidão já tivesse sido abolida há mais de cinquenta anos do período em que se passa o filme, sabe-se bem que a vida dos negros continuou sendo difícil por muito tempo, especialmente no sul dos EUA. Esse tema é tratado com mais evidência com a personagem Sofia, que, após dar um soco no prefeito da cidade, foi linchada e agredida publicamente por um grupo de cidadãos brancos que ficaram indignados com o ocorrido. Sofia, então, é presa e afastada de seus filhos por anos, tudo para acabar virando a empregada particular da mulher do prefeito, assim que é libertada.

    O grande ponto de virada do filme é o momento em que Shug descobre e mostra a Celie o destino de sua irmã e de suas crianças, e revela a relação de Albert com o grande período no qual as duas não tiveram notícias uma da outra. É a partir daí que a protagonista começa a criar coragem para questionar e enfrentar seu abusador, e a projetar novas perspectivas para sua vida. O final do filme é a grande redenção de Celie, espiritual e socialmente. É quando ela finalmente se livra das amarras que a prendem desde sua infância, começando na sua relação com o pai e culminando em seu triste casamento.

    A Cor Púrpura é um filme que se mantém extremamente atual ainda hoje, por tratar de temas como racismo e violência contra as mulheres, tão presentes na sociedade. É também uma obra extremamente visual, em que a fotografia (de Allen Daviau) muitas vezes é um importante elemento narrativo, indicando passagens de tempo e estados de espírito dos personagens, e também por ser composta por imagens belíssimas das amplas paisagens americanas. As locações também servem como elemento narrativo em si. A isolada casa de Albert reforça constantemente a solidão e a falta de opções que Celie vivencia (onde, muitas vezes, usar aquela navalha parecia realmente a única opção).

    A história de Alicia Walker permanece como um grande clássico até os dias de hoje, e tem um grande filme para representá-la. A Cor Púrpura recebeu 11 indicações ao Oscar daquele ano, mas acabou não levando nenhuma estatueta, enquanto que Entre Dois Amores, de Sydney Pollack, foi o grande vencedor. Houve muita polêmica, pois, apesar do grande número de indicações, o diretor Spielberg não fora nomeado à categoria de direção. Mas isso pouco importou, pois este filme marcou um momento importante na carreira do cineasta, no qual ele se viu, a partir dali, livre para explorar temas mais adultos e delicados para seus filmes. Ele mesmo disse que, sem A Cor Púrpura, não teria tido a coragem e a ambição para realizar Império do Sol nem sua obra-prima, A Lista de Schindler, nos anos seguintes. Esse momento de transição é pontuado por um filme simples, bem construído, brilhantemente atuado, bonito, dotado do idealismo tradicional do início de sua filmografia, mas que também já possuía conteúdo “adulto”. É difícil passar por este filme sem admirá-lo, assim como por um campo de flores púrpuras.

    8.0 Bom

    O filme que marca o início da fase madura de Steven Spielberg traz uma história forte e emocionante, magnificamente construída e filmada, além de tratar de temas que permanecem relevantes ainda hoje, mesmo trinta anos depois.

    • IMDb 7.8
    • Roteiro 8
    • Elenco 8
    • Fotografia 8.5
    • Trilha Sonora 7.5
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    Luiz Eduardo Luz
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    Publicitário, amante da sétima arte e colecionador de filmes, escreve sobre cinema para o Canto Dos Clássicos. Frase preferida do cinema: “Tudo bem, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close-up.” – Crepúsculo dos Deuses.

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    2 Comentários

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    2. Edmilson on 27 de setembro de 2019 22:48

      Esse já assisti no mínimo umas 10 vezes e fica melhor cada vez que vejo…

      Reply

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