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    Início»Cinema»Sombra de uma Dúvida – 1943 (Resenha)
    Cinema

    Sombra de uma Dúvida – 1943 (Resenha)

    Luiz Eduardo LuzPor Luiz Eduardo Luz2 de março de 2017
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    Alfred Hitchcock teve uma carreira magistral e longa, tendo atuado por mais de meio século. Com tantos filmes em seu currículo, é natural que lembremos sempre de suas obras-primas mais famosas e reconhecidas, como Psicose, Intriga Internacional, Janela Indiscreta e Um Corpo que Cai. Esses são alguns dos pontos mais brilhantes da filmografia do diretor, mas não os únicos.

    Um dos pontos não muito notórios é o filme Sombra de Uma Dúvida (Shadow of a Doubt, 1943), que é considerado por muitos como a primeira obra-prima do cineasta inglês. O roteiro foi escrito por Thornton Wilder, Sally Benson e Alma Reville (esposa de Hitchcock), e a trilha sonora composta por Dimitri Tiomkin. A trama do filme envolve um homem elegante e misterioso chamado Charlie, interpretado por Joseph Cotten. Logo após dois estranhos baterem à sua porta perguntando por ele, tendo sido despistados por sua empregada, Charlie resolve viajar até a cidade de Santa Rosa, na Califórnia, para passar alguns dias com a família de sua irmã, Emma Newton (Patricia Collinge).

    O curioso é que, antes de saber de sua visita, a jovem sobrinha dele, que também se chama Charlie, foi até o correio da cidade para mandá-lo um telegrama, pedindo sua visita. Com isso, Hitchcock estabelece, de cara, uma conexão entre estes que serão os dois protagonistas do filme: a jovem Charlie (Teresa Wright) e o tio Charlie.

    Entediada com a vida medíocre que sua família leva na pequena cidade, a menina acredita que a visita do tio cosmopolita, com o qual sempre teve uma forte ligação, iria sacudir um pouco o pacato cotidiano dos Newton. A primeira metade do filme se encarrega de apresentar a vida da família, constituída da sempre amável e carinhosa Emma, da inteligente e irônica Ann (Edna May Wonacott), do arteiro Roger (Charles Bates) e do sereno pai da família, Joseph (Henry Travers), que trabalha no banco local, mas cujas horas de diversão são reservadas às suas discussões sobre suspenses e assassinatos com seu bom amigo, Herbie (Hume Cronyn). Discussões como essa eram comuns na vida de Hitchcock, já disseram muitas pessoas próximas dele.

    Depois de apresentar os personagens, o filme foca na quebra de rotina provocada pela visita do tio Charlie. Ele provoca admiração e respeito em todos da cidade por sua sofisticação. Porém, quando dois homens aparecem na residência dos Newton pedindo para tirarem fotos e fazerem uma entrevista sobre “a família americana comum”, o tio começa a agir de forma estranha, evitando ao máximo os dois entrevistadores e, principalmente, fotos. Eram os mesmos homens que foram a sua casa anteriormente, e ele sabia disso.

    Um deles é Jack Graham (Macdonald Carey), jovem policial que começa a flertar com a jovem Charlie. Enquanto a relação dos dois começa a se desenvolver, Jack conta a verdade à moça, revelando que está ali para investigar o possível envolvimento do tio Charlie com uma série de assassinatos de viúvas ricas no outro lado do país. A menina se recusa a acreditar, e briga com o policial. Seu amor pelo tio a faz cega diante da mínima possibilidade de ele não ser a ótima pessoa que aparenta ser.

    Então, ela começa a investigar. Lembrando-se de que, dias antes, o tio havia rasgado uma notícia de um jornal, a jovem foi até a biblioteca para verificar o que estava sendo noticiado. Era exatamente a notícia da fuga de um estrangulador de viúvas. Deste momento em diante, a antes sorridente Charlie agora estava sempre angustiada, preocupada. Seu tio percebeu o que estava acontecendo, e sabia que tinha relação com o policial.

    Hitchcock começa uma guerra psicológica entre os dois personagens. A jovem não tem coragem de expor o tio, pois isso machucaria muito sua mãe. Também tem dificuldades, por si própria, de aceitar a verdadeira face de um homem que tanto ama. O tio, por sua vez, faz de tudo para manter a sobrinha de boca calada. A situação chega a um ponto insustentável, que só se resolverá na sequência final do filme.

    Sombra de Uma Dúvida é um filme noir de primeira linha, mas que difere da maioria dos filmes do gênero, por um motivo: a violência está dentro de casa. Não em uma complicada história de detetives, mas em uma pequena família tradicional, em uma pequena cidade. Este, aliás, é um dos motivos pelo qual Alfred Hitchcock sempre citou o filme como seu favorito dentro de sua carreira. O pessimismo é incorporado pelo personagem do tio Charlie. O astro Joseph Cotten entrega uma atuação impressionante, tamanha a complexidade do papel. Uma espécie de Drácula urbano e moderno, que, engolido por sua misoginia, assassina mulheres viúvas por prazer. Em uma cena, ele faz um monólogo assustador falando de todas as coisas que desprezava nesse tipo específico. A fotografia de Joseph Valentine sempre destaca e amplifica a vilania do personagem de Cotten, que marca presença em mais um grande filme do cinema, junto com seus papéis em Cidadão Kane e O Terceiro Homem.

    Contrastando com o sombrio tio Charlie, temos a interpretação de Teresa Wright. Reconhecida historicamente por ser a única pessoa a receber indicações ao Oscar pelos três primeiros filmes de sua carreira (Pérfida; Ídolo, Amante e Herói; Rosa de Esperança), ela transmite uma honestidade incrível em cena, com a qual todos podem se identificar. Descobriu que seu tio, logo a pessoa que ela mais amava, não era o que aparentava. É aí, neste universo tão comum é identificável, que reside o grande terror de Sombra de Uma Dúvida. É como se, nas conversas sobre assassinatos entre Joseph e Herbie, o mestre Alfred Hitchcock puxasse uma cadeira e dissesse: e se o assassino estiver dentro da sua casa?

    7.9 Bom

    O filme favorito de Hitchcock é um noir incomum, centrado em uma família tradicional dos EUA. Com atuações fortes e contrastantes de Joseph Cotten e Teresa Wright, é uma das grandes obras do mestre do suspense. 

    • IMDb 8
    • Roteiro 7.5
    • Elenco 8.5
    • Fotografia 7.5
    • Trilha Sonora 8
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    Luiz Eduardo Luz
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    Publicitário, amante da sétima arte e colecionador de filmes, escreve sobre cinema para o Canto Dos Clássicos. Frase preferida do cinema: “Tudo bem, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close-up.” – Crepúsculo dos Deuses.

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