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    Cinema

    O Fabuloso Destino de Amélie Poulain – 2001 (Resenha)

    Bruno YashinishiPor Bruno Yashinishi23 de janeiro de 20171 comentário
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    Pedacinhos de papel com fatos curiosos, rabiscos e pensamentos eram preenchidos e jogados dentro de uma grande tigela pelo diretor francês Jean Pierre Jeunet em parceria com o roteirista Guillaume Laurant. Esses fragmentos, segundo Jeunet, serviram de inspiração para o filme francês O fabuloso destino de Amélie Poulain, realizado em 2001. Um longa metragem aparentemente simples e repleto de trivialidades, mas que possui uma forte simbologia e conquistou milhões de admiradores por todo o mundo.

    A abertura do filme narra eventos que acontecem simultaneamente ao nascimento da pequena Amélie Poulain (interpretada quando criança por Flora Guiet), seguida de pequenos trechos da infância nada fácil da personagem principal. O pai de Amélie, Raphaël Poulain (Rufus) é um médico do exército nem um pouco afetuoso e sua mãe, Amandine Poulain (Lorella Cravotta) é uma diretora de escola tampouco dedicada às questões afetivas. Ambas personagens são apáticas e possuem costumes excêntricos. Não é difícil ao espectador perceber logo no início do filme que Amélie não é uma criança normal.

    Um grande desejo de Amélie, já com seis anos de idade é ser abraçada pelo pai, porém, o médico nunca a toca a não ser de forma clínica ao examiná-la uma vez por mês. Em suas consultas, Raphaël percebe que o coração da filha bate muito acelerado e pensa que ela sofre de algum problema cardíaco, proibindo-a de frequentar a escola e obrigando-a a ter aulas em casa com sua mãe. Na verdade o coração da menina bate acelerado devido à emoção de ter um pouco de contato físico com o pai. A relação com a mãe também não é entusiasmante. Amélie se refugia em sua imaginação e vive a maior parte do tempo em uma realidade fantástica criada por ela mesma, fruto da falta de socialização.

    Louco pelo clima nada familiar da casa dos Poulain, o peixinho Cachalote, único amigo de Amélie, salta do aquário para o chão da cozinha levando Amandine a um ataque de nervos. O peixe foi jogado em um rio e como consolo a menina ganhou uma máquina fotográfica, mas que também não teve grande duração, pois seu vizinho asqueroso culpou a câmera de ser responsável por acidentes ocorridos pelo mundo.

    Amandine Poulain levou sua filha certo dia à Catedral de Notredame para pedir aos céus um irmãozinho. No entanto, ocorreu uma tragédia, uma mulher suicida se atirou da torra da igreja e atingiu fatalmente a mãe de Amélie. A menina passou então a viver só com o pai, que se tornou ainda mais ausente e obcecado pela morte da esposa.

    Tempos depois, Amélie, agora adulta (Audrey Tautou) se tornou garçonete em um café. Esse ambiente está repleto de personagens icônicos, cada qual com suas manias. Amélie também desenvolveu novas manias como gostar de ver o rosto das pessoas no escuro do cinema e quebrar a camada do creme Brûle com a ponta da colherzinha. A vida da jovem não mudou muita coisa e seus devaneios e trivialidades da infância só se transformaram em outros.

    Em 30 de agosto de 1997 ocorre algo que vai mudar a vida de Amélie. Ao ver na tv que a princesa Diana morrera em um acidente de trânsito, a jovem descobre por acaso que um rodapé do seu apartamento guardava secretamente uma caixinha com alguns objetos de recordações, supostamente escondida por um menino há muito tempo atrás. Amélie decide sair à procura do misterioso dono do achado e não se contentar até encontrá-lo.

    Quando a senhorita Poulain vai à procura do antigo morador de sua casa encontra pessoas tão excêntricas quanto ela. Procurando pelo nome Dominique Bretodeau, Amélie acaba conversando com seu vizinho pintor, o “homem dos ossos de vidro” Raymond Dufayel (Serge Merlin) com quem nunca tinha tido contato antes. Através dele ela consegue finalmente encontrar Bretodeau (Maurice Bénichou), mas não teve coragem de conversar com ele, ainda que tenha devolvido sua caixinha em uma cabine telefônica. Após perceber o bem que fez a Dominique Bretodeau, Amélie decide fazer o bem a todas as pessoas que encontrar pela frente, sendo arrebatada por sentimentos de liberdade e prazer pela vida.

    Um dia de manhã, Amélie se encontra com um conhecido de infância, Nino (Mathieu Kassovitz) na estação. O jovem sai correndo atrás de um homem e acaba derrubando sua pasta na rua. Amélie a encontra e se dedica a folhear um velho álbum com fotografias perdidas e rasgadas deixadas na estação e colecionadas por Nino. No meio tempo entre o reencontro de Poulain com Nino, a jovem ajuda várias pessoas e em várias situações, indo de encontros amorosos a casos de vingança dando ao filme um tom muito mais atraente e repleto de fantasia misturada com realidade.

    Indo atrás de Nino, Amélie demonstra mais uma vez sua personalidade intensa e excêntrica, como quando deixa setas marcadas no chão do parque para que eles possam finalmente se encontrar e ela devolver o seu álbum. Na brincadeira de gato e rato, a paixão dos dois vai se intensificando e todas as cenas do filme são ricas em simbologia nas falas, nos gestos e até nas cores aparentes na tela.

    “Então, minha querida Amélie, não tem ossos de vidro. Pode suportar os baques da vida. Se deixar passar essa chance, com o tempo seu coração ficará tão seco e quebradiço quanto meu esqueleto. Então, vá em frente, pelo amor de Deus!”. Após essa frase dita através de uma gravação pelo pintor com ossos de vidro, Amélie finalmente toma coragem e acolhe Nino em sua casa consumando a paixão entre os dois e firmando o amor da sua vida.

    Raramente um filme pôde apresentar tantas referências ao comportamento humano como O fabuloso destino de Amélie Poulain, por isso, além de questões filosóficas, a obra de Jean Pierre Jeunet aborda várias questões da Psicologia, sendo um marco recente na cinematografia francesa.

    Os demais personagens também costuram importantes peças na trama. O quitandeiro Colligon (Urbain Cancelier) e seu assistente Lucien (Jamel Debouzze), Georgette (Isabelle Nanty) e Jacques (Jean-Pol Brissart), Hipolito (Artus de Perguem), entre outros, aparecem cada qual com suas manias e formam um elenco pictórico nas variadas interpretações mais analíticas do filme.

    Muito aclamado pelo público e também pela crítica, o longa metragem recebeu cinco indicações ao Oscar nas categorias de Melhor Filme estrangeiro, Roteiro, Direção de arte, Fotografia e Som.

    Um detalhe interessante é que as cores vivas que aparecem no filme, sobretudo vermelho, verde e amarelo foram inspiradas nas pinturas do artista brasileiro Juarez Machado. Como já mencionado, as cores dialogam com a trama do filme e possuem forte simbologia.

    Curiosamente as personagens principais, Amélie e Nino conversam apenas uma única vez com poucas palavras e por telefone. Outra cena em que dialogam é na cafeteria, mas trocam apenas mínimas palavras.

    Hoje o filme é cultuado por muitos admiradores da sétima arte, sobretudo por círculos feministas que atribuem à obra uma discussão sobre gênero e questões da mulher frente ao mundo contemporâneo.

    O fabuloso destino de Amélie Poulain já é um clássico, uma ótima recomendação a todo cinéfilo.

    8.4 Muito Bom

    Raramente um filme pôde apresentar tantas referências ao comportamento humano como O fabuloso destino de Amélie Poulain, por isso, além de questões filosóficas, a obra de Jean Pierre Jeunet aborda várias questões da Psicologia, sendo um marco recente na cinematografia francesa.

    • IMDb 8.4
    • Roteiro 8.5
    • Elenco 8.5
    • Fotografia 9
    • Trilha Sonora 7.5
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    Bruno Yashinishi
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    Pesquisador na área do cinema com ênfase em História do Cinema, relação entre Cinema e História e cinema e Filosofia. Pesquisador do cinema clássico contemporâneo com ênfase nas obras do diretor Stanley Kubrick, bem como seu procedimento estético e narrativo. Atualmente é professor de Filosofia, Sociologia e Ensino Religioso nas séries do Ensino Médio de colégios da rede particular de ensino.

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    1 comentário

    1. Eclair on 24 de janeiro de 2017 21:03

      Ver essa resenha só me fez ter vontade de reassistir Amélie mais um milhão de vezes. Esse filme é muito bonito, e o piano de “Comptine D’un Autre Été” é maravilhoso, uma das músicas mais lindas que já ouvi vindo de um filme. ♥

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