Sim, mais um post com um filme de ninguém mais, ninguém menos que Stanley Kubrick, e se reclamarem vai ter mais, vai ter de qualquer jeito, mas brincadeiras a parte. O escolhido da vez é “O iluminado“.
Kubrick é Kubrick, “O iluminado” é “O iluminado”, mas de qualquer jeito aí vai uma sinopse do filme: Durante o inverno, Jack Torrance (Jack Nicholson) é contratado para ficar como vigia em um hotel no Colorado e vai para lá com a mulher Wendy Torrance (Shelley Duvall) e seu filho Danny Torrance (Danny Lloyd). Porém, o contínuo isolamento começa a lhe causar problemas mentais sérios e ele vai se tornado cada vez mais agressivo e perigoso, ao mesmo tempo que seu filho passa a ter visões de acontecimentos ocorridos no passado, que também foram causados pelo isolamento excessivo.
Pra quem já assistiu ao “Room 237“, documentário de Rodney Ascher, sabe que qualquer sinopse não é o suficiente para demostrar tamanha genialidade. O documentário mostra que na verdade a arquitetura do Overlook Hotel, onde se passa a história, é uma arquitetura impossível espacialmente falando, compara takes e mostra que há portas que não fecha cômodo nenhum, detalha quartos e janelas que não existem, e analisa a estranha dimensão do labirinto exterior. Mas deixando toda essa análise feita por Ascher de lado, vamos analisar o hotel como se fosse possível arquitetonicamente.
Diferente do que lemos por aí, o hotel usando para as filmagens não foi o “The Stanley Hotel“, ele foi apenas uma inspiração, o verdadeiro hotel usando nas filmagens externas foi o Hotel Timberline Lodge, em Oregon, Estados Unidos. Ele é uma construção no estilo neocolonial, algumas características desse segmento da arquitetura são portas dianteiras elaboradas, muitas vezes com frontões decorativos, janelas laterais e simétricas que ladeiam a entrada da frente, muitas vezes em pares ou trios.
Já as cenas internas do hotel teriam sido gravadas em um estúdio na Inglaterra, o Elstree Studios. Pra mim isso esclarece o porque de algumas portas não fecharem em cômodo nenhum, Kubrick teve toda a liberdade para montar cada cenário interno e dessa maneira pode ter, ainda mais, liberdade para montar suas cenas exatamente como as queria.
“Só trabalho sem diversão faz de Jack um bobão.”
Essa foi a análise arquitetônica de “O iluminado”, espero que tenham gostado.
Já sabem né? Qualquer crítica, sugestão, comenta ali embaixo.
Até a próxima.