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    Cinema

    Um Cão Andaluz – 1929 (Resenha)

    Lucas Pilatti MirandaPor Lucas Pilatti Miranda13 de junho de 20241 comentário
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    Se você tem mente aberta, está disposto a assistir uma das coisas mais confusas e intrigantes que existem no cinema, você está na resenha certa. Caso seja um adepto do clássico e direto “início, meio e fim” é melhor clicar aqui antes que seja tarde demais.

    O Diretor e Seu Relacionamento com Salvador Dalí

    Luis Buñuel, um dos diretores mais influentes do cinema, é conhecido por sua abordagem ousada e inovadora. Nascido na Espanha em 1900, Buñuel foi um pioneiro do surrealismo no cinema, um movimento artístico que busca liberar a mente da lógica convencional e explorar o inconsciente. Buñuel estudou na Residencia de Estudiantes em Madrid, onde conheceu Salvador Dalí, um dos mais proeminentes artistas surrealistas. A amizade e colaboração entre Buñuel e Dalí culminaram em “Um Cão Andaluz” (Un Chien Andalou, 1929), um filme que se tornou um marco na história do cinema.

    Surrealismo: Contexto e Significado

    O surrealismo, fundado por André Breton nos anos 1920, é um movimento artístico e literário que procura transcender a realidade objetiva e racional, explorando os recessos mais profundos da mente humana, os sonhos e o inconsciente. Influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud, o surrealismo busca criar obras que desafiem as normas sociais e culturais, provocando o espectador a questionar sua percepção do mundo. Buñuel e Dalí, ambos profundamente influenciados por essas ideias, trouxeram essa filosofia para “Um Cão Andaluz”, criando uma obra que é ao mesmo tempo enigmática e perturbadora.

    “Um Cão Andaluz” é um curta-metragem de aproximadamente 17 minutos, mas sua influência e impacto são imensos. O filme começa com uma das cenas mais icônicas e chocantes da história do cinema: um homem (interpretado por Buñuel) afia uma navalha e corta o olho de uma mulher. Esta imagem, brutal e surreal, estabelece o tom do filme, que não segue uma narrativa linear, mas sim uma sequência de imagens oníricas e simbólicas que desafiam a lógica e a coerência.

    A estrutura do filme é deliberadamente disjuntiva, saltando de uma cena para outra sem conexão aparente. Isso reflete a intenção dos criadores de romper com a narrativa tradicional e explorar a lógica dos sonhos. Os temas recorrentes de sexualidade, morte e identidade permeiam o filme, mas de maneiras que são abertas à interpretação. Por exemplo, uma cena mostra uma mão cheia de formigas, simbolizando a decadência e a desintegração, enquanto outra apresenta um homem arrastando dois pianos de cauda contendo cadáveres de burros e padres, uma crítica velada à repressão e à hipocrisia da sociedade.

    A colaboração entre Buñuel e Dalí é evidente na riqueza visual e na intensidade simbólica das imagens. Dalí, com sua mente criativa e provocadora, trouxe elementos de seu próprio estilo surrealista, enquanto Buñuel, com sua habilidade cinematográfica, deu vida a essas ideias de uma maneira que era inovadora para a época.

    “Um Cão Andaluz” é uma obra que continua a ser estudada e admirada por sua audácia e inovação. É um filme que não se propõe a oferecer respostas fáceis ou uma narrativa coerente, mas sim a desafiar o espectador a entrar em um estado de sonho e a questionar a natureza da realidade. A parceria entre Luis Buñuel e Salvador Dalí resultou em uma obra que é ao mesmo tempo perturbadora e fascinante, um verdadeiro marco do cinema surrealista. Para quem deseja entender a evolução do cinema e a profundidade do surrealismo, “Um Cão Andaluz” é uma peça essencial e imperdível.

    A não linearidade da história é a principal peça para nos deixar confuso e longe de entender a trama. Mais para frente, e mais de uma vez durante o filme, nos deparamos com formigas na mão de um personagem, o que pode remeter ao formigamento das mãos, que em muitos locais é considerado como “desejo de matar” e no contexto histórico do surrealismo, podemos relacionar com as pessoas que não aguentavam toda aquela destruição das guerras e queriam acabar com uma sociedade completamente rompida.

    Muitas cenas do filme têm seus significados como interpretação livre dos espectadores. Isso faz parte do surrealismo, conversarmos indiretamente com nosso inconsciente para obter respostas e assim tirarmos nossas próprias conclusões. Um exemplo seria a cena da mão no asfalto. Para quem assistiu, o que interpretou dessa cena? Deixe nos comentários.

    Outra cena marcante e intrigante começa quando o rapaz acaricia os seios da mulher, onde hora são seios e depois são nádegas. Ela o empurra e tenta escapar do quarto onde estão, mas do nada, ele pega duas cordas do chão, as quais trazem com elas as tábuas dos 10 mandamentos, dois pianos onde, em cima de cada um se encontram dois asnos mortos e com olhos arrancados, tudo isso além de dois padres que mesmo sem fazer nada, parecem completamente assustados com a situação (sim, tudo isso aparece do nada).

    Aqui, podemos perceber os desejos eróticos que todos temos e os quais a sociedade reprime. Junto com todos esses desejos vem o peso do pecado, representado pelas tábuas. Com relação aos burros mortos em cima dos pianos, descobri na internet que é uma referência a um livro infantil chamado Platero y yo escrito por Juan Ramón Jiménez, o qual a dupla realizadora do filme (Buñuel e Dalí) odeiam.

    Bom, essas são apenas algumas cenas marcantes desse filme icônico da sétima arte, e eu não costumo fazer análises completas de filmes para deixar os comentários abertos e discutirmos juntos os diversos pontos da obra. Comentem suas opiniões e dúvidas aqui embaixo e vamos explodir nossas cabeças para tentar achar um significado para o surreal (o qual não iremos achar).

    7.3 Bom

    Um tapa na cara da sociedade. Isso que é o surrealismo, junto com uma fuga da mesmice e também uma resposta para todas as pessoas quadradas e que seguem o barco sem questionar sequer a própria existência.

    • IMDb 7.9
    • Fotografia 7
    • Elenco 7
    • Roteiro 8
    • Trilha Sonora 6.5
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    Lucas Pilatti Miranda
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    Criador do Canto dos Clássicos, fascinado por música, cinema e uma boa cerveja. "A vida passa rápido demais, se você não parar e olhar para ela de vez em quando, pode acabar perdendo." - Ferris Bueller's Day Off.

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    1 comentário

    1. Verlyne de Sousa on 10 de maio de 2015 10:47

      Tem a cena em que uma mulher esta na rua cutucando a mão com uma vareta, o que eu não sei o que significa mas reparei que quando a câmera pega o ponto de vista das duas pessoas olhando a multidão pela janela, aparece um “simbolo da paz” formado pelas pessoas, nao sei se ficou mt claro, aí o símbolo desmancha e fica a mulher no meio da rua parada. cri cri

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