Close Menu
    Facebook X (Twitter) Instagram
    Facebook Instagram YouTube
    Canto dos Clássicos
    newsletter
    • Início
    • Resenhas de Filmes
    • Listas
      • Melhores Diretores
      • Filmes de cada país
      • Todas as listas
    • Movimentos
      1. Surrealismo
      2. Neorrealismo Italiano
      3. Montagem Soviética
      4. Nouvelle Vague
      5. Cinema Novo
      6. Expressionismo Alemão
      Featured

      Cinema Novo Brasileiro

      Por Lucas Pilatti Miranda3 de outubro de 2018
      Recent

      Cinema Novo Brasileiro

      3 de outubro de 2018

      Nouvelle Vague

      1 de outubro de 2018

      Montagem Soviética

      28 de junho de 2018
    Canto dos Clássicos
    Início»Cinema»Matar ou Morrer – 1952 (Resenha)
    Cinema

    Matar ou Morrer – 1952 (Resenha)

    Luiz Eduardo LuzPor Luiz Eduardo Luz23 de agosto de 2017
    Facebook Twitter WhatsApp Email
    Envie
    Facebook Twitter WhatsApp Email

    Uma cena de um homem parado em uma vasta paisagem. Em seguida, ele avista seus companheiros e, em seus cavalos, todos partem. Chegam a uma pequena cidade no velho oeste dos EUA, onde está ocorrendo uma cerimônia de casamento dentro da delegacia. O noivo é o xerife da cidade, Will Kane, interpretado pelo lendário Gary Cooper. A noiva, por sua vez, é Amy Kane, vivida pela inesquecível Grace Kelly. Logo após a cerimônia, o xerife é avisado de que três pistoleiros estão esperando na estação pelo trem do meio-dia, que traz o recém-libertado Frank Miller (Ian MacDonald), perigoso bandido que Kane prendera anos antes. Imediatamente, os noivos saem da cidade para fugirem de Miller e seus capangas, e aproveitarem sua lua-de-mel. Porém, no meio do caminho, Will Kane dá meia-volta e retorna à cidade: ele não pode fugir.

    É assim que é estruturado o início do filme Matar Ou Morrer (High Noon, 1952), dirigido pelo grande cineasta Fred Zinnemann. Visto que o western sempre foi considerado como uma das poucas formas de arte legitimamente criadas nos EUA, ele sempre foi caracterizado por reforçar os ideais e tradições da cultura do país. Cowboys honrados e valentes, civis prontos para defender sua terra e mulheres doces e delicadas, sempre protegidas por seus companheiros eram alguns dos estereótipos trabalhados nos filmes. Um dos grandes clássicos desse período inicial do faroeste é No Tempo das Diligências (Stagecoach, 1939), do mestre John Ford.

    Essas caracterizações eram padrão dentro do gênero, e perduraram por muito tempo. Até que, em 1952, veio Matar Ou Morrer. Amplamente considerado como o primeiro western “adulto” ou revisionista, o filme quebrou uma série de paradigmas dentro do gênero, gerando aclamação e revolta ao mesmo tempo. A partir do momento em que Kane retorna à cidade, ele busca voluntários para ajudarem na luta contra os pistoleiros – mas não encontra nenhum. Pouco a pouco, o xerife se vê abandonado à própria sorte por seus amigos e conterrâneos. Mais do que isso, por sua própria esposa. Amy diz que, caso ele não fuja com ela, irá terminar o casamento. A única pessoa que apoia o protagonista é uma ex-namorada, a mexicana Helen Ramírez (Katy Jurado), uma das personagens mais interessantes da obra, por compartilhar um passado pouco explicado com Kane e Miller.

    Não só a atitude apática e fria de todos que fugia do padrão dos westerns da época, mas a própria personalidade de Kane também. Ele não é o cowboy clássico e idealizado. Por melhor que seja no manejo de um revólver e no exercício de sua profissão, ele continua sendo um humano como qualquer outro. Forçado a enfrentar seus algozes sozinho, ele sente medo. Cogita fugir, algumas vezes. Mas seu senso de justiça e seu orgulho são maiores do que isso, e ele sabe que deve enfrentar seu destino.

    Além de ser revolucionário em sua maneira de tratar a mitologia do faroeste americano, o filme de Zinnemann também provocou impacto por sua execução. Desde o momento em que sabe da iminente chegada de Miller, o espectador é colocado junto dos personagens do filme na angústia do tempo que falta para o meio-dia. A maioria do filme se desenrola, a partir daí, em tempo real. Por meio de takes de relógios, constantemente somos lembrados de que, em breve, o trem chegará. A construção da tensão no filme é brilhante, não somente pelo sofisticado uso do tempo que o roteiro faz, mas também pela música do compositor Dimitri Tiomkin (A Felicidade Não Se Compra), que atinge seu ápice na sufocante cena imediatamente anterior à chegada do trem.

    O roteiro monumental é de autoria de Carl Foreman, e é por parte dele que surgem as polêmicas envolvendo a obra. Foreman fazia parte da lista negra de Hollywood, na qual figuravam os nomes acusados de supostas atividades comunistas durante o auge do macarthismo, política de perseguição aos apoiadores da doutrina no país na década de 50. Interpretações de que o personagem de Gary Cooper fazia uma alusão aos comunistas dentro da indústria, por ser ignorado e encorajado a “fugir” por aqueles que o rodeiam, fizeram defensores da política do governo criticar duramente o filme.

    Grandes nomes do cinema, especialmente do gênero faroeste, como o astro John Wayne e o diretor Howard Hawks, fizeram campanha contra o filme, julgando-o uma profunda deturpação dos ideais e valores defendidos pelos westerns. É irônico que, na cerimônia do Oscar daquele ano, foi justamente Wayne quem teve de apresentar o prêmio de Melhor Ator de Cooper. O filme ainda venceu nas categorias de edição, trilha sonora e canção original (pela belíssima Do Not Forsake, Oh My Darlin).

    O American Film Institute elegeu Matar Ou Morrer o 27º melhor filme da história de Hollywood, sendo o 2º melhor western, atrás apenas de Rastros de Ódio (The Searchers, 1956). Polêmico, iconoclasta e exímio em sua execução, High Noon é um dos maiores nomes de um gênero cultuado por todo o mundo, e seu impacto e influência são sentidos até hoje, mesmo passados mais de sessenta anos.

    8.4 Muito bom

    Pioneiro na abordagem revisionista da mitologia do gênero faroeste, Matar Ou Morrer é um dos maiores filmes do gênero. O roteiro impecável de Carl Foreman e a atuação de Gary Cooper são alguns dos muitos pontos altos desta obra tensa e inesquecível.

    • IMDb 8
    • Roteiro 9
    • Elenco 8.5
    • Fotografia 8
    • Trilha Sonora 8.5
    Compartilhe Facebook Twitter WhatsApp Email
    Previous ArticleAlien – O Oitavo Passageiro – 1979 (Resenha)
    Next Article 10 ótimos filmes que te ajudam entender mais a psicologia
    Luiz Eduardo Luz
    • Facebook

    Publicitário, amante da sétima arte e colecionador de filmes, escreve sobre cinema para o Canto Dos Clássicos. Frase preferida do cinema: “Tudo bem, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close-up.” – Crepúsculo dos Deuses.

    Postagens Relacionadas

    David Cronenberg: Surrealismo e Horror Corporal

    29 de março de 2025

    50 anos de um verdadeiro clássico: “Um estranho no ninho” (1975)

    28 de março de 2025
    9.5

    Protegido: A Paixão de Joana d’Arc – 1928 (Resenha)

    28 de fevereiro de 2025

    Psicologia no Cinema: quando a mente humana se torna protagonista

    26 de fevereiro de 2025
    Deixe um comentário Cancel Reply

    • Facebook 208.5K
    • Instagram 11.6K
    • YouTube 17.5K
    • TikTok
    Canto dos Clássicos
    Facebook Instagram YouTube
    © 2025 Canto dos Clássicos | Todas as imagens aqui contidas são marcas registradas dos seus respectivos proprietários. Polítca de Privacidade.

    Clique acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione Esc para cancelar.