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    Cinema

    Coffy: Em Busca da Vingança – 1973 (Resenha)

    Luiz Eduardo LuzPor Luiz Eduardo Luz25 de maio de 2017
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    A década de 60 foi marcada por revoluções culturais e movimentos sociais importantes ao redor do mundo. Entre eles estava o movimento de emancipação e de luta pelos direitos civis dos negros nos EUA, encabeçado por Martin Luther King. A influência desse período pôde ser sentida na arte e, em especial, no cinema. Se os negros já estavam relativamente bem estabelecidos na música, com reconhecimento artístico e sucesso comercial no jazz, por exemplo, no cinema a história era diferente. Continuavam sendo limitados a papéis de serviçais, bandidos e subalternos, em geral.

    Porém, no início dos anos 70, a coisa mudou. Surgiram diversos filmes dirigidos, escritos, produzidos e estrelados por negros e, acima de tudo, para negros. Independente por natureza, esse movimento ficou conhecido como cinema blaxploitation. O nome é derivado da fusão entre as palavras “black” e “exploitation”, termo usado para definir produções cinematográficas de baixo custo, conteúdo apelativo e cunho independente, que contavam histórias repletas de violência, efeitos especiais baratos e conteúdo sexual. Os filmes blaxploitation abordavam esses temas, mas inseridos e envoltos na cultura afro-americana. Os personagens exalavam poder, sensualidade e confiança, indo completamente contra o modo como os personagens negros eram retratados nas telas.

    Um dos grandes sucessos do blaxploitation foi Coffy: Em Busca da Vingança (Coffy, 1973). Embora tenha sido escrito e dirigido por Jack Hill, branco, a obra contém e se enquadra em todas as características do movimento. Trata-se da história de Coffy, uma enfermeira negra que inicia uma sanguinolenta e voraz vingança contra o sistema de tráfico de drogas de sua cidade, responsável por viciar e destruir a vida de sua irmã mais nova. Interpretada pela lendária Pam Grier, a protagonista não mede esforços para atingir seus objetivos. Mata traficantes, briga com prostitutas e até desafia políticos e magnatas do mundo das drogas.

    Enquanto o filme avança em sua narrativa, o espectador vê a clara mudança e evolução da personagem, que se torna cada vez mais corajosa e letal. Além de sua irmã, o policial honesto Carter (William Elliott) também motiva a vingança de Coffy, depois de ser brutalmente espancado por capangas do poderoso Vitroni (Allan Arbus), por recusar-se a aceitar propina. A trilha sonora de Roy Ayers é fundamental na construção de identidade do filme, trazendo elementos diretos de cena musical negra, e colabora magistralmente com os figurinos excêntricos de James M. George, típicos dos anos 70 (especialmente os do personagem King George, interpretado por Robert DoQui).

    Em Coffy, nenhum minuto é desperdiçado. O roteiro de Hill é simples e direto, construindo a história de forma extremamente natural e divertida. São excelentes, também, os diálogos entre os personagens, especialmente na cena final entre Coffy e o político Brunswick (Booker Bradshaw). Mas o que torna o filme um triunfo é a atuação visceral de Pam Grier. Sua personagem é praticamente onipresente ao longo dos 91 minutos de duração, o que dá ao filme um aspecto noir interessante. Pam faz de tudo. Mata, chora, seduz, dança, luta, corre, diverte.

    Se o blaxploitation buscava colocar o negro no centro do cinema, Coffy é a personagem perfeita. Além de todo o poder e personalidade, ela é uma heroína. Um exército de uma mulher só, que enfrenta um dos grandes males que assolam a humanidade até hoje: as drogas. O filme é bastante político, inclusive, neste assunto. É um protesto, como se Coffy dissesse: “se os políticos e a polícia não fazem nada para ajudar a comunidade negra, eu mesma farei”.

    A obra fez grande sucesso, e alçou Grier ao estrelato. Continuou fazendo filmes desse gênero durante toda a década de 70, e ainda é considerada a rainha do blaxploitation. Não é à toa que o grande cineasta Quentin Tarantino, um admirador notório do cinema exploitation como um todo, e fã confesso de Grier, escreveu o roteiro de Jackie Brown (1997) especialmente para a atriz. Jackie Brown é uma carta de amor ao blaxploitation, e contém vários traços característicos do movimento. Tarantino é só um dos vários cineastas que foram influenciados diretamente por essa corrente artística que teve profundo impacto em Hollywood.

    Coffy: Em Busca da Vingança é um dos maiores filmes deste corajoso movimento que desafiou o status quo da indústria e deu voz, rosto e espaço para os negros no cinema.

    7.6 Bom

    Coffy: Em Busca da Vingança é o filme que transformou Pam Grier em ícone pop, sendo um dos mais reconhecidos do movimento blaxploitation dos anos 70. 

    • IMDb 6.9
    • Roteiro 8
    • Elenco 8
    • Fotografia 7
    • Trilha Sonora 8
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    Luiz Eduardo Luz
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    Publicitário, amante da sétima arte e colecionador de filmes, escreve sobre cinema para o Canto Dos Clássicos. Frase preferida do cinema: “Tudo bem, Sr. DeMille, estou pronta para o meu close-up.” – Crepúsculo dos Deuses.

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