Bertolt Brecht e Antonin Artaud
Quando se trata de estilo de confronto do Kubrick e sua cinematografia, não procure mais do que Brecht e Artaud. Muitos de seus filmes apresentam características teatrais emprestadas daqueles titãs e criadores do teatro.
Brecht – de origem alemã de Augsburg – propôs um jogo que não deve permitir que o freqüentador de teatro se envolva emocionalmente, mas de alguma forma, visualize o processo de forma racional. A única maneira de conseguir isso era lembrar constantemente o público através de uma variedade de meios que são observadores, não participantes. Isto é conhecido como distanciamento brechtiano. Esse distanciamento tem intuito didático: confrontar o espectador com uma situação que trata da sua própria realidade, e não apenas da realidade de um personagem. O confrontamento exige do espectador uma atitude sóbria e racional, de modo que ele possa apreender e compreender o que está sendo exposto, relacionando ao seu cotidiano.
Como essas técnicas se relacionam ao modo de Stanley Kubrick produzir? Narração, cartões de título, iluminação dura ou incomum, música fazendo parte do roteiro, cortes dinâmicos, estrondos altos ou acordes longos após períodos de silêncio – podemos ver tudo isso em um filme do diretor.
Artaud – um francês de Marselha – por outro lado, parecia ser um pouco mais esotérico em seu pensamento. Ele sentiu, como Brecht, que o teatro tinha se tornado muito sério e seguro. Ele defendeu medidas extremas que subverteu o texto da peça – que talvez ainda envolveu o público diretamente – para criar um tipo de relação simbiótica entre os dois que destruiu a falsa realidade da produção.
A crueldade não significava dor real ou violência, exceto o que é feito para a peça (não o dramaturgo!) em si – uma violência de ideias, pensamentos, emoções, conexões, resoluções – qualquer coisa necessária para chocar uns preconceitos em diferentes modos de compreensão.
Kubrick (pelo menos em seus filmes), como Artaud, era um niilista e abraçou totalmente muitos conceitos artaudiano – especialmente em sua trilogia distópica de Dr. Strangelove, 2001 e Laranja Mecânica.
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1 comentário
Poderia se aprofundar mais, mas Muito Bom!!