Friedrich Wilhelm Nietzsche
Nietzsche foi uma das forças mais polarizadoras da natureza que ja viveu. Não tanto pelo seu comportamento, mas sim por suas palavras. Um verdadeiro homem renascentista que foi extremamente bem educado: escreveu poesias e foi um formidável estudante de grego e latim. Ele influenciou diversos artistas em todo o mundo com sua filosofia profunda e controversa.
Milhões de palavras formam Nietzsche e suas obras, mas, principalmente, podemos citar Übermensch (Além-Homem) descrito no livro Assim Falou Zaratustra. Ateu declarado, Nietzsche considera a religião uma criação feita pelo homem corrompido pela capacidade do livre arbítrio. O seu impacto foi enorme, e é sentido até hoje.
Uma das questões fundamentais de toda a arte é quem somos, de onde viemos, e que está acima de nós? Nietzsche aborda tudo isso de uma forma particularmente niilista mas, de alguma forma, transcendente e sonhadora. Sua escrita é surpreendentemente poderosa, sua prosa é envolvente, seus pensamentos inquestionáveis – mas ele é raramente julgado sem uma boa razão. É verdade, ele fez criticas sérias sobre a religião, mas tudo com embasamento em seus conceitos.
Em 2001: Uma Odisseia no Espaço, Deus é o cerne do filme – Kubrick disse isso mesmo em várias entrevistas. Isto é um pouco estranho, porque ele nunca é mencionado pelo nome e porque o filme é esmagadoramente nietzschiano da maneira mais expressiva. Nesse filme, é apresentada uma dicotomia brilhante. O monólito é claramente um ser sensível, inteligente, que atua como um agente de mudança em momentos seminais no filme, mas, além disso, pouco mais é explicado mas, em grande parte, sem palavras.
No final do processo de edição, Stanley Kubrick removeu todo o diálogo expositivo, uma narração, e quaisquer cenas que contam muito e – numa forma eisensteiniana – trabalha a linguagem cinematográfica. Talvez, de alguma forma estranha, Kubrick tenha emulado um pouco de D. W. Griffith, afinal, o que restava era diferente de qualquer coisa que alguém já tenha visto, até hoje.
A maioria dos filmes acham que é necessário terminar com algum tipo de explicação da sua história. Não para Kubrick. Isso é uma grande parte do que faz seus filmes serem tão especiais, tão originais, assim como entediantes e chatos para algumas pessoas. Kubrick não dita como sua audiência deve se sentir. Ele nunca apoia nem condena. Seus finais vêm da livre vontade do nosso anti-herói, mas não um código moral. Seus personagens se movem em um espaço nietzscheano de causa e efeito e raramente pensam nas consequências.
1 comentário
Poderia se aprofundar mais, mas Muito Bom!!