A história do cinema é marcada por grandes animações. O desenho animado adaptado como filme vem se desenvolvendo a cada dia como um gênero promissor e de grande prestígio, tanto de público quanto da crítica.
Embora pareça um gênero recente, a animação possui uma história bastante longínqua que remete aos tempos do cinema mudo. Sabe-se que o francês Émile Reynaud, criador do praxinoscópio, foi o primeiro a criar um desenho animado e exibi-lo no seu “teatro óptico” em Paris no ano de 1892. Outro francês, o diretor Émile Cohl, foi o primeiro a usar desenho animado em um projetor de filmes moderno exibindo Fantasmagorie em 17 de agosto de 1908 na capital francesa. Já o uso de um desenho como longa metragem teve como pioneiro o argentino Quirino Cristiani com o filme El Apóstol, de 1917.
Na primeira metade do século XX, o grande destaque para o gênero de animação e também responsável por sua popularização no cinema foi Walt Disney, que junto com seu irmão Roy Disney e o produtor Ub Iwerks criou o estúdio Laugh-O-Gram em 1922, que adaptava para o cinema contos de fada populares. Com a criação do personagem Mickey Mouse em 1928 e após a inauguração da The Walt Disney Company, Disney alcançou notável popularidade e no ano de 1937 realizaria o primeiro longa metragem de seus estúdios: A Branca de Neve e os Sete Anões, uma adaptação do conto dos irmãos Grimm Schneewittchen, dirigido pela equipe William Cottrell, David Hand, Wilfred Jackson, Larry Morey, Perce Pearce e Ben Sharpsteen.
O filme é um típico conto de fadas. O enredo começa com a narração da história da princesa Branca de Neve que vive em um castelo com sua madrasta malvada, uma rainha bruxa que enche a princesinha de trabalhos e a trata como uma criada, pois inveja a sua beleza. Todos os dias, a rainha perguntava ao seu espelho mágico: “Espelho, Espelho meu, quem é mais bela do que eu?”, até que um dia o espelho respondeu que Branca de Neve era a mais bela e todas as mulheres. A rainha ficou enfurecida e ordenou a um caçador que matasse a princesa e lhe trouxesse seu coração como prova de que tinha executado suas ordens.
A jovem princesa vive a cantarolar e trabalhar nas atividades incumbidas pela madrasta. Em uma manhã, Branca de Neve sai dar uma volta na floresta e é surpreendida pelo caçador. No entanto, ele não tem coragem de matá-la e se prostra diante da jovem suplicando seu perdão. O caçador conta a Branca de Neve que sua madrasta é má e a manda fugir para bem longe dentro da floresta.
A princesa adentra desesperada na floresta escura e repleta de perigos, mas é amparada por animaizinhos bondosos que a levam até uma casa muito pequena no meio da selva. Ao entrar na casinha, Branca de Neve repara que os móveis, as decorações e todos os objetos da casa também são muito pequenos. Um tanto confusa, a princesa pensa ser uma casa habitada por crianças órfãs e, após limpar e arrumar toda a pequena residência acaba dormindo lá dentro.
Enquanto isso, em uma mina de ouro distante dali, sete anões trabalham no garimpo cantarolando e executando seus serviços em grupo. São eles Mestre, Feliz, Soneca, Dengoso, Atchim, Zangado e Dunga, os verdadeiros donos da casinha da floresta. No fim do expediente, os anões voltam para casa cantando “Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou…”. Quando chegam ao seu lar os anões desconfiam ao ver a porta aberta e as coisas todas arrumadas. Pensam que a casa foi invadida por alguém, mas se deparam com Branca de Neve dormindo em três de suas caminhas. Na tentativa frustrada de não acordá-la, os anões atrapalhados acabam despertando a jovem, que se apresenta a eles e é acolhida por todos, com exceção do Zangado, que sempre é contrário aos seus companheiros.
Branca de Neve se familiariza rapidamente com os anões. Durante a noite eles cantam, dançam e festejam juntos na pequena casa. Tudo vai correndo muito bem e alegremente, até que a rainha má descobre por meio de seu espelho mágico que o caçador deixou a princesa viver e que o coração que lhe entregara era na verdade um coração de um porco.
Descobrindo que sua enteada se escondeu na casa dos anões, a rainha decide ir pessoalmente dar cabo da vida da jovem. Através de uma de suas poções mágicas se transforma em uma velha mendiga e envenena uma maçã com o intuito de entregar à Branca de Neve e enfeitiçá-la com o sono da morte, uma terrível magia que só pode ser quebrada com um beijo de amor verdadeiro. A intenção da bruxa é que Branca de Neve fosse enterrada viva, já que ela não possuía nenhum pretendente.
Na manhã seguinte a rainha disfarçada de velha vai até a casinha da floresta. Os anões saíram bem cedo para trabalhar e Branca de Neve encontra-se sozinha. A velha então se encontra com a princesa e lhe oferece a suculenta maçã. Branca de Neve, sem saber do terrível feitiço, morde a fruta e logo desmaia em um sono profundo. Os animaizinhos da floresta percebem o ocorrido e correm avisar os anões, porém quando estes chegam em casa encontram a princesa desmaiada no chão e se entristecem achando que está morta.
Os sete anões correm em disparada atrás da bruxa floresta adentro. Ao ser encurralada num precipício, a rainha má tenta rolar uma enorme pedra sobre os anões, mas é esmagada por ela caindo no abismo em direção a morte.
Os anõezinhos voltam para casa e acreditam que Branca de Neve está morta. Eles não tiveram coragem de enterrá-la, pois se encantavam com sua beleza. Fizeram um local de ouro, onde velaram a jovem por dias e noites. Até que um dia aparece um príncipe que ouvira dizer a respeito de Branca de Neve e de seu sono mortal. Ao visitar a princesa ele se apaixona por ela e a beija, despertando-a do sono e quebrando a maldição. Branca de Neve vai embora com o príncipe enquanto os sete anões e os animais da floresta rejubilam pelo final feliz.
O filme A Branca de Neve e os sete anões foi uma empreitada arriscada. Walt Disney investiu quase 1 milhão e meio de dólares para emplacar a sua produção. Porém, o retorno foi estrondoso. Não só financeiramente, mas em todos os aspectos cinematográficos. Branca de Neve foi o primeiro longa metragem da Disney e consequentemente influenciou centenas de outros filmes. Até hoje é um dos filmes mais prestigiados com premiações e mais cultuados de toda a história do cinema mundial. São incontáveis as referências feitas ao filme em músicas, teatro, televisão e no próprio cinema.
https://www.youtube.com/watch?v=XESn0SPHcRI
Hoje, quase oitenta anos após seu lançamento, A Branca de Neve e os sete anões permanece em um alto patamar entre a crítica especializada e se configura como um dos maiores clássicos do cinema de todos os tempos.
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IMDb
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Roteiro
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Elenco
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Fotografia
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Trilha Sonora