Filmes franceses | Os 25 melhores
Bom, como não falar dos filmes franceses se o cinema nasceu na França? Pois é, o cinema hollywoodiano toma conta de quase tudo hoje em dia, infelizmente, mas não podemos esquecer como e onde tudo começou.
Não se sabe exatamente qual foi o momento da criação do cinema, mas o mais aceitável por diversos estudiosos é o ano de 1895, quando os irmãos Louis e Auguste Lumière projetaram “A saída dos operários da fábrica Lumière” para os integrantes da Société d’Encouragement pour L’Industrie Nationale, em 22 de março, e, em 10 de junho, fizeram uma demonstração particular de seus filmes no Congresso Fotográfico, em Lyon. Em dezembro do mesmo ano, ocorreu no Hotel Scribe, em Paris, a primeira exibição de filmes de todos os tempos para um público pagante.
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Desde então, a França começou a ser referência na sétima arte, e ainda é. Luis Buñuel, François Truffaut e Jean-Luc Godard são três bons motivos para você querer conhecer melhor o cinema francês, mas, além deles, existem diversos cineastas que fizeram e ainda fazem trabalhos excepcionais. Confira, então, a nossa lista de 25 obras essenciais do cinema francês.
Um Cão Andaluz (1929) | Luis Buñuel
Com roteiro co-escrito por Salvador Dalí, Luis Buñuel estreou como diretor neste curta-metragem, o marco inicial do surrealismo no cinema. Com clara influência da psicanálise, Buñuel e Dalí exploram o inconsciente humano, numa seqüência de cenas oníricas, incluindo o célebre momento em que um homem, interpretado pelo próprio diretor, corta, com uma navalha, o olho de uma mulher.
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O Boulevard do Crime (1945) | Marcel Carné
Paris, 1830. O Boulevard du Temple é o local dos teatros, dos cabarés e da vida boêmia da capital francesa. É neste cenário que desenrola o tumultuado triângulo amoroso pela atriz Garance (Arletty), o ator Fréderick Lemaitre (Pierre Brasseur) e o mímico Baptiste (Jean-Louis Barrault).
Orfeu (1950) | Jean Cocteau
Orfeu (Jean Marais), um poeta famoso e entediado, envolve-se na morte de seu rival e é convidado pela morte (Maria Cassares), na pele de uma princesa a acompanha-lo. Logo apaixona-se por ela e a morte arma contra Eurídice (Marie Déa), esposa de Orfeu. Eurídice morre, e Orfeu desce até os infernos para resgatar sua esposa, desde que nunca mais olhe em seu rosto.
As Diabólicas (1955) | H.G. Clouzot
A esposa e a amante assassinam o marido, jogando-no na piscina imunda do colégio onde ele trabalhava. Quando a piscina é limpa, tempos depois, o corpo não está mais lá. Aos poucos as desconfianças em cima das duas vão tornando-se cada vez maiores, e elas podem sucumbir à pressão.
Meu Tio (1958) | Jacques Tati
O humilde e atrapalhado Monsieur Hulot é cunhado de um gerente de uma fábrica de plásticos, um novo rico que vive em uma casa totalmente automatizada. Este arranja-lhe um emprego para que seu filho não cresça sob a influência do tio. Filme vencedor do Oscar de filme estrangeiro e vencedor do prêmio especial do júri no Festival de Cannes.
Os Incompreendidos (1959) | François Truffaut
Antoine Doinel é um garoto de 14 anos. Seus pais não lhe dão muita atenção, então ele mata aula para ir ao cinema e sair com seus amigos. Certo dia, ele descobre que sua mãe tem um amante. Este é o primeiro longa de Truffaut, considerado um dos diretores europeus mais importantes de todos os tempos.
Hiroshima Meu Amor (1959) | Alain Resnais
Durante sua participação num filme sobre a paz, rodado em Hiroshima, uma atriz francesa tem uma aventura amorosa com um japonês, o que reaviva nela lembranças de uma trágica paixão durante a Ocupação. Entre o passado de guerra e o presente de incertezas, ele e ela tentam tornar imortal este encontro fortuito, através da mistura de tempos, recordações e corpos.
Leia mais: Hiroshima Meu Amor – 1959 (Resenha)
Acossado (1960) | Jean-Luc Godard
Homem rouba um carro e mata um policial antes de seguir para Paris. Lá, ele se esconde na casa de uma mulher, que tem o desejo de ser engravidada por ele. Quando ele perde a consciência e comete alguns pequenos delitos, dá também a brecha para os policiais o acharem e darem início a sua perseguição final.
Leia mais: Acossado – 1960 (Resenha)
O Ano Passado em Marienbad (1961) | Alain Resnais
Num luxuoso e enorme palácio, transformado em hotel, entre corredores, salões decorados e estátuas, um estranho tenta convencer uma mulher casada a fugirem juntos. Ele diz conhecê-la. Diz que foram amantes. Entretanto, parece difícil fazê-la lembrar de que tiveram um caso (ou que não tiveram) no ano passado, em Marienbad.
Uma Mulher É Uma Mulher (1961) | Jean-Luc Godard
Ângela é uma stripper que deseja ter um filho com seu marido, Émile, que não aceita sua decisão. Ela, então, procura Alfred, um homem da noite, amigo do casal, que atende seu desejo. O que Angela não sabe é que ele sempre foi apaixonado por ela e este convite desencadeia uma série de confusões.
Jules e Jim – Uma Mulher para Dois (1962) | François Truffaut
Na virada para o século XX, Jules e Jim são dois amigos que se apaixonam pela mesma mulher, Catherine, que acaba casando com Jules. Depois da Primeira Guerra Mundial, quando eles se reencontram na Alemanha, Catherine começa a amar Jim.
Viver a Vida (1962) | Jean-Luc Godard
Uma seqüência de doze segmentos desconectados apresenta a trajetória de uma jovem mulher entrando no mundo da prostituição em Paris.
O Desprezo (1963) | Jean-Luc Godard
Paul Javal é um roteirista que vai a Roma para trabalhar em uma adaptação da obra A Odisséia, que contará com a direção do cineasta alemão Fritz Lang. Enquanto decide os últimos detalhes para aceitar o trabalho, sua relação com a esposa, Camille, começa a desabar, em um jogo de paixão, ciúmes e desprezo.
A Chinesa (1967) | Jean-Luc Godard
Um grupo de estudantes franceses se tranca em um apartamento durante as férias e, enquanto discutem sobre diferentes temas político-sociais, também planejam ações terroristas.
Beijos Proibidos (1968) | François Truffaut
Terceiro capítulo da série Antoine Doinel, o alter-ego do diretor François Truffaut. Neste episódio, Doinel (Jean-Pierre Leaud) é afastado do exército por insubordinação. Ele arruma um emprego de vigia noturno num hotel e, depois, de investigador particular. Enquanto isso, Antoine apaixona-se pela charmosa Sra. Fabienne Tabard (Delphine Seyrig).
A Mãe e a Puta (1973) | Jean Eustache
Paris ainda sofre com as seqüelas de Maio de 68 quando um jovem, que aparentemente mantém relacionamento aberto com a mulher com quem vive, se apaixona por uma enfermeira de sexo fácil. Estabelece-se um triangulo amoroso com a ideia de manter um relacionamento a três.
A Noite Americana (1973) | François Truffaut
Um dos filmes que melhor representa as loucuras que se passam em um set de filmagem. Um ator que fica deprimido porque sua noiva sai com um dublê, uma atriz que se entregou às bebidas e não consegue lembrar de suas falas e muitas outras confusões, que o diretor deve fazer de tudo para contornar, até gravarem uma das cenas mais importantes do filme: a que o dia deve ser transformado em noite artificialmente.
Aos Nossos Amores (1983) | Maurice Pialat
Suzanne (Sandrine Bonnaire) tem 15 anos e leva uma vida normal de adolescente. A diferença é que ela tem relações sexuais com vários rapazes, mas nunca conseguiu se apaixonar por nenhum. Incompreendida pela família, ela se vê numa situação ainda pior quando seu pai (Maurice Pialat) sai de casa e vai viver com outra mulher.
Betty Blue (1986) | Jean-Jacques Beineix
Zorg é um zelador que mora no sul da França, cuidando e consertando bangalôs. Ele vive uma vida simples e calma, trabalhando e escrevendo em seu tempo livre. Um dia Betty, uma jovem mulher dona de um temperamento imprevisível, entra em sua vida. Após uma briga com o chefe de Zorg, eles partem para Paris. Juntos, passam a trabalhar num restaurante de um amigo. Depois de ler alguns de seus manuscritos, Betty tenta convencer Zorg a publicar um de seus livros, mandando cópias para todos os editores da cidade. Mas a rejeição do trabalho, considerado como “lixo” faz ela ficar furiosa. De repente o temperamento selvagem de Betty começa a fugir do controle e Zorg vê a mulher que ele ama ficar louca.
Delicatessen (1991) | Marc Caro, Jean-Pierre Jeunet
Em um futuro apocalíptico, homem chega a um estranho prédio, localizado em cima de um açougue, para procurar abrigo e emprego. Após instalar-se no local, se apaixona pela filha do dono do estabelecimento, mas sua presença começa a incomodar a família da moça – que, na verdade, possui outros e estranhos planos para ele. Primeiro sucesso de Jean-Pierre Jeunet, que anos mais tarde conquistaria o mundo com O Fabuloso Destino de Amélie Poulain.
A Trilogia das Cores
Uma trilogia realizada em comemoração ao bicentenário da Revolução Francesa. Azul, branco e vermelho são as cores da bandeira francesa.
A Liberdade é Azul (1993) | Krzysztof Kieslowski
Julie Vignon (Juliette Binoche) é uma famosa modelo que decide renunciar à vida após a morte do marido e da filha em um acidente de carro. Porém, depois de uma tentativa frustrada de suicídio, Julie encontra uma obra inacabada do marido, um grande músico, e se interessa por ela.
A Igualdade é Branca (1994) | Krzysztof Kieslowski
Após se divorciar na França da mulher que ama, Dominique (Julie Delpy),um polonês (Zbigniew Zamachowski) volta ao seu país de origem disposto a ganhar muito dinheiro para poder se vingar do grande amor da sua vida.
A Fraternidade é Vermelha (1994) | Krzysztof Kieslowski
Valentine é uma jovem que acaba descobrindo que um velho juiz aposentado espiona seus vizinhos através de ligações telefônicas. A partir daí os dois começam a se relacionar numa história de redenção, perdão e compaixão.
O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001) | Jean-Pierre Jeunet
Amélie é uma jovem que se muda do subúrbio, onde morava com a família, para Paris, para trabalhar como garçonete. Ela encontra uma caixinha cheia de itens pessoais escondida no banheiro de sua casa e decide entregá-la ao antigo dono, revendo pequenos conceitos que mudarão sua vida.
O Escafandro e a Borboleta (2007) | Julian Schnabel
Jean-Dominique Bauby tem 43 anos, é editor da revista Elle, e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória. Baseado no livro de Jean-Dominique Bauby. Prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes 2007.
Intocáveis (2011) | Olivier Nakache, Eric Toledano
Philippe (François Cluzet) é um aristocrata rico que, após sofrer um grave acidente, fica tetraplégico. Precisando de um assistente, ele decide contratar Driss (Omar Sy), um jovem problemático que não tem a menor experiência em cuidar de pessoas no seu estado. Aos poucos ele aprende a função, apesar das diversas gafes que comete. Philippe, por sua vez, se afeiçoa cada vez mais a Driss por ele não tratá-lo como um pobre coitado. Aos poucos a amizade entre eles se estabele, com cada um conhecendo melhor o mundo do outro.
Azul é a Cor Mais Quente (2013) | Abdellatif Kechiche
Adèle é uma garota de 15 anos que descobre, na cor azul dos cabelos de Emma, sua primeira paixão por outra mulher. Sem poder revelar a ninguém seus desejos, ela se entrega por completo a este amor secreto, enquanto trava uma guerra com sua família e com a moral vigente.
Menção Honrosa
Viagem à Lua (1902) | Georges Méliès
É claro que não poderia faltar o grande pai da ficção científica, George Méliès, certo? Este épico de, quase 14 minutos, não é só o mais conhecido, mas também o mais bem-sucedido e mais imitado filme do mestre. Sem ele, dificilmente teríamos Flash Gordon (1936), Destino à Lua (1950), 2001: Uma odisseia no espaço (1968) e até Star Wars (1977). Com referências tiradas do clássico “Da Terra à Lua” de Júlio Verne, o filme de Georges Méliès nos apresenta uma expedição até a Lua, a qual é sugerida por homens que mais parecem feiticeiros. Possui uma das cenas mais marcantes de toda a história do cinema, que é quando a nave cheia de tripulantes chega até a lua.
Leia mais: Georges Méliès e o ilusionismo no cinema
E na sua opinião, quais são os melhores filmes franceses? Comente!
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15 Comentários
Vou sugerir outros que considero antologias do cinema francês; Vivre pour Vivre, Une Homme et Une Femme Les Miserables.
Senti falta do Jean-Pierre Melville (Le samouraï, Le Cercle Rouge) e Louis Malle (Le feu follet, Au revoir les enfants).
Senti falta do leos carax
Noossa… Não conhecia “As diabólicas”, somente o remake americano com a Sharon Stone, aliás, nem sabia que era remake.
Só vi obviedades e uns filmes nada a ver.
Franceses com temáticas que envolvem a infância e que amo muitao
– Les Choristes
– Les amitiés particulières
– C’est pas moi, je le jure !
Linda lista! Eu acrescentaria Os amantes da Pont Neuf , A mulher do lado, A história de Adele H, Mulheres diabólicas, O sopro do coração, Adeus, meninos, Amor à tarde, A bela e a fera ( Jean Cocteau), Os sonhadores, O grande caminho, O açougueiro, Uma garota dividida em dois, A bela da tarde, O fantasma da liberdade, Esse obscuro objeto do desejo. Provavelmente tem outros títulos que eu vou me lembrar mais tarde RS
Senti falta do clássico Tomboy (2011) da excelente Céline Sciamma.
Faltou “L’Èleve” de Olivier Schatzky.
le souffle au coeur 1971
maravilhoso, não pode faltar.
meu favorito não está na lista, sendo assim O Desprezo é o meu favorito dos citados.
“O Ano Passado em Marienbad” é um dos filmes mais esquisito que eu já vi.
Boa tarde. Passo aqui pela primeira vez e gostei muito da página. Onde se encontram a maioria dos filmes comentados aqui ? Grato, se me responder.
Fala, João. Beleza? Cara, a Versátil Home Vídeo tem MUITA coisa boa, são ítens de colecionador e ótimos filmes pra encontrar lá. https://www.versatilhv.com.br
Adorei o filme “A Conexão Francesa”. Incluiria ele nesta lista.