Kubrick se concentrou em manifestações externas de emoções internas através da exploração de conceitos literários desenvolvidos por Brecht, Nietzsche e Freud.
Ao compreender esses três titãs, talvez você entenda Kubrick.
Brecht foi pioneiro das teorias theatercraft que atores e diretores constantemente são desafiados a quebrar a “quarta parede” de complacência entre o palco e teatro, que mais tarde se tornou conhecido como dispositivo de distanciamento brechtiano. Nietzsche escreveu sobre o homem e o “além-do-homem”, a certeza da supremacia moral contra a complacência moral e desespero silencioso.
Freud foi pioneiro nos estudos do “Id”, que está conosco desde que nascemos e é norteado pelo “princípio do prazer”, mas seus desejos são frequentemente reprimidos. Quantas vezes pode-se dizer que a cura é pior do que a doença?!
3 Comentários
Li Lolita do maravilhoso Vladimir Nabokov e achei a versão do Kubrick péssima, não narra bem o espirito da historia e não segue a ordem de acontecimentos do livro, que foi o que crucificou o filme, a versão do Adrian Lyne é com certeza muito melhor… na minha opinião.
mesmo assim, adoro o Kubrick demais
Eduarda, vi o filme há pouco tempo e preciso discordar de você; de certa forma, se compararmos aos demais filmes do Kubrick, sobretudo os posteriores, Lolita não é tão grandioso quanto, mas ele é um bom filme. Essa questão de seguir a cronologia ou mesmo os fatos do livro não faz sentido quando analisamos o filme, pois, a narrativa cinematográfica não é a mesma da literária, afinal, enquanto uma é meramente verbal, a outra é audiovisual; também, a adaptação de determinada obra é uma resposta do cineasta ao autor original, onde em certos momentos há concordâncias e, em outros, não. Veja, por exemplo, O Iluminado. Kubrick não adaptou o livro ao pé da letra e fez um filme genial. Já Stephen King, quando autoadaptou seu livro (de forma mais literal), fez algo lamentável. Abraços!
De fato Kubrick é gênio, e pode ser considerado o melhor cineasta que já viveu, por toda a sua importância ao cinema. Mesmo assim, ninguém é perfeito para não cometer erros, e mesmo que no caso do Kubrick sejam poucos erros, um me incomoda enormemente: The Shining.
Deixando totalmente de lado o livro, esse filme não me agrada por completo. Considero um filme muito arrastado, com atuações (tirando a do Jack Nicholson, claro) bem medianas, principalmente a de Shelley Duvall, que é péssima, e com alguns elementos no roteiro que não me agradaram por completo.
Claro que ele tem coisas boas, como a fantástica direção de arte e os diversos simbolismos e interpretações que o filme oferece. Mas ao lado do resto da filmografia do Kubrick, The Shining está bem abaixo.
Pra acabar, meu Top 5 de Kubrick é Full Metal Jacket, A Clockwork Orange, Paths of Glory, Dr. Strangelove e Barry Lyndon.