Movimentos Cinematográficos – Neorrealismo Italiano
O Neorrealismo Italiano foi outro importante e influente movimento da sétima arte. Período prolífico do cinema que mostrou ao mundo que, mesmo com as grandes destruições da Segunda Guerra Mundial, a Itália podia criar e desenvolver obras primas. Estamos falando de filmes que imortalizaram e mudaram o cinema para sempre.
O fim da Segunda Guerra Mundial e as consequências de um longo governo fascista deixaram a Itália acabada, destruída e com alto índice de desemprego, foi justamente isso que os diretores neorrealistas retrataram em seus filmes.
Diferente do que muitos imaginariam, a maioria dos filmes deste movimento – considerado como autêntico e revolucionário – tinham atores não profissionais que muitas vezes interpretavam a si mesmos e utilizavam suas próprias falas, para traduzir e retratar a verdadeira realidade daquele momento.
Os cenários eram as ruas com quase nada de estrutura fabricada exclusivamente para os filmes, afinal, não havia financiamento para o cinema, então a ideia era segurar uma câmera e filmar naturalmente, sem nenhuma espécie de efeito, tanto sonoro quanto visual. Resumindo, era um retrato da realidade propriamente dito.
Cesare Zavattini, um dos grandes influentes do Neorrealismo, sugeriu a ideia para que cineastas saíssem às ruas:
“Montemos a câmera na rua, num quarto, observemos com paciência insaciável, treinemo-nos para contemplar nossos semelhantes em seus gestos mais simples.”
Foi Zavattini que escreveu o roteiro de Ladrões de Bicicleta (1948), um dos principais filmes desse movimento, dirigido por Vittorio De Sica. O longa conta a história de um homem desempregado em uma Itália pós-guerra que recebe uma proposta de emprego para colar cartazes nas ruas de Roma, mas precisa ter uma bicicleta. Ele compra, mas logo a roubam e sua vida começa a desmoronar.
>> Resenha completa: Ladrões de Bicicleta (1948)
A simplicidade do filme e o modo como a história é contata trouxe e ainda traz admiração para todos que o assistem e encantou diversos realizadores grandes do cinema, como René Clair, Jacques Becker e Robert Bresson que escreverem com satisfação sobre essa obra.
Os principais e mais consagrados diretores do Neorrealismo Italiano, são Roberto Rossellini e seu fantástico “Roma, Cidade Aberta” (1945), Luchino Visconti, Vittorio De Sica, com seu aclamado Ladrões de Bicicleta (1948) e Federico Fellini na fase final do movimento. Mas não podemos deixar de lado a contribuição de cineastas como Giuseppe De Santis com Arroz Amargo (1949), Michelangelo Antonioni com O Grito (1957) e Ermanno Olmi com O Posto (1961).
Referência Bibliográfica: Livro Tudo Sobre Cinema, de Philip Kemp, lançado no Brasil pela editora Sextante.
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