Sabe aquele filme que você nunca escolheria para assistir? História da Noite pode ser um deles. O filme (documentário, melhor dizendo) dirigido pelo suíço Clemens Klopfenstein é uma verdadeira obra de festival, daquelas que só encontramos lá. Mas a experiência acaba valendo à pena e trazendo algumas reflexões.
Por ser um filme experimental, ele não pretende agradar ninguém com belos diálogos (aliás, não possui diálogo algum), muito menos com um roteiro elaborado ou imagens surpreendentes. A premissa é simples: uma câmera que grava por apenas 20 segundos filmando ruas aleatórias de cidades aleatórias por toda a Europa, e é isso.
São 64 minutos de imagens das noites européias, vezes calmas e silenciosas, vezes agitadas e barulhentas. E por mais simples que possa parecer, ou então sem sentido, acaba nos proporcionando reflexões acerca da nossa própria vida. Não há personagens para nos identificarmos, mas existe a própria existência de cada um, em cada canto de cada cidade.
Enquanto 90% das pessoas está em casa dormindo, as outras 10% está perambulando pelas ruas, algumas trabalhando, algumas festando e outras perdidas, sem rumo. Chega a ser desconcertante e faz o espectador se sentir muito pequeno em relação ao mundo.
Não há muito o que falar sobre este documentário, apenas sentir e refletir. Como todo filme, a sensação será diferente para cada um, e esse é o mais bacana, enquanto alguns saem da sala de cinema antes mesmo da metade do filme, outros ficam até o final e saem debatendo. Isso é cinema, isso é arte (por mais sem sentido que possa parecer).
Filme assistido no 6º Olhar de Cinema de Curitiba, junho de 2017.
Por se tratar de um filme experimental, a obra de 1963 não pretende agradar ninguém, mas sim provocar sensações e reflexões. Não é algo para assistir naturalmente, mas vale a experiência.
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