Georges Méliès
Marie-Georges-Jean-Méliès ou se preferir, apenas Georges Méliès, foi, é e sempre será um dos principais nomes quando o assunto é a sétima arte. Foi ele quem trouxe a magia e a beleza às telas do cinema. Uma das principais características de suas mais de 500 obras foi, sem dúvidas, o ilusionismo.
Méliès é um nome extremamente importante para o cinema, não podemos negar, mas muitas vezes acaba por ofuscar uma mulher que contribuiu tanto quanto – ou até mais – para a história da sétima arte: Alice Guy Blaché, francesa pioneira em trazer a narrativa para o cinema.
Méliès nasceu na França em 1861 e ganhou fama como ilusionista na sua cidade natal, Paris, e assim assumiu o comando do Théâtre Robert-Houdin. A partir de 1895, começou a fazer filmagens no estilo dos pioneiros do cinema – Irmãos Lumière – até descobrir o potencial da câmera para a magia do ilusionismo. Com simples cortes nos rolos das filmagens, ele basicamente inventou os efeitos especiais e seus primeiros filmes eram básicas demonstrações de truques como desaparecimento de objetos ou transformações dos mesmos.
Com o passar do tempo, o mestre do ilusionismo começou a se dedicar mais às produções, construindo cenários mais elaborados e roteiros mais eficazes. Foi o primeiro cineasta a usar desenhos de produção e storyboards para planejar suas cenas, além disso, descobriu a técnica do stop-motion para dar movimento a objetos inanimados. Sua obra de maior sucesso, sem dúvidas, foi o épico Viagem à Lua, de 1902.
Viagem à Lua – 1902
Esse filme de quase 14 minutos, não é só o mais conhecido, mas também o mais bem-sucedido e mais imitado filme do mestre. Sem ele, dificilmente teríamos Flash Gordon (1936), Destino à Lua (1950), 2001: Uma odisseia no espaço (1968) e até Star Wars (1977). Com referências tiradas do clássico da literatura “Da Terra à Lua” de Júlio Verne, o filme de Georges Méliès nos apresenta uma expedição até a Lua, a qual é sugerida por homens que mais parecem feiticeiros e possui uma das cenas mais marcantes de toda a história do cinema, que é quando a nave cheia de tripulantes pousa no olho da lua.
Hoje em dia, parece bobo discutir e falar sobre uma cena ou até um filme desses, mas se pararmos para pensar na época, é algo que revolucionou tudo o que conheciam até então, foi literalmente um marco para a sétima arte.
Além de Viagem à Lua, Méliès realizou centenas de outros filmes, entre eles, vale destacar The Infernal Cauldron (1903), The Impossible Voyage (1904), The Living Playing Cards (1905), The Hilarious Posters (1906) e The Devilish Tenant (1909).
Falido e afastado do cinema por não conseguir acompanhar a evolução dessa arte, Méliès foi aclamado pelos surrealistas como mestre e conquistou reconhecimento nacional em 1931, quando recebeu a Legião de Honra.
A Invenção de Hugo Cabret – 2011
Neste momento, é impossível não citar uma das maiores homenagens ao cinema feita por um filme, o qual mostra toda a história e essência de Georges Méliès. “Hugo” (2011), dirigido pelo grande mestre Martin Scorsese é um longa que venceu diversas categorias do Oscar, mas não é só isso, ele resume o início do cinema em um filme tão fantástico como a própria sétima arte é.
O mais interessante é que isso não é destacado durante a história, se você não conhece muito bem sobre os Irmãos Lumière ou George Méliès, talvez não entenda a verdadeira essência dessa obra. Mas caso ainda não tenha assistido, fica aqui uma enorme consideração. O eterno mestre do ilusionismo no cinema é vivido com grande afinco pelo ator Ben Kingsley.
Assista nosso vídeo sobre o início do cinema:
Referência Bibliográfica: Livro Tudo Sobre Cinema, de Philip Kemp, lançado no Brasil pela editora Sextante.
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