A Montagem Soviética foi um período historicamente importante para o cinema, uma vez que seus conceitos moldaram e influenciaram a forma de se fazer filmes.
A revolução Russa de 1917 foi grande agente influenciador para os intelectuais interessados em contribuir com uma transformação política, social e econômica através da arte. Entre as condições geradas por essa revolução estavam a guerra civil, a fome, alguns distúrbios sociais e uma instabilidade institucional que acabaram gerando, ao mesmo tempo, uma forte onda de criatividade por parte dos artistas. Essa criatividade toda cresceu, mas não durou muito até ser destruída por Josef Stalin quando ele chegou ao poder.
Em 1909, o poeta Filippo Marinetti publicou o manifesto futurista, dando início ao movimento artístico conhecido como Futurismo e com ele, os preceitos básicos pelos quais diversos artistas montariam seus estilos.
A velocidade e o dinamismo constituíam uma base para essa nova estética. E foi a partir deste movimento, juntamente com o construtivismo, que os cineastas russos transformaram a linguagem cinematográfica para sempre.
A Montagem Soviética no Cinema
Os dois maiores avanços trazidos pelo cinema russo, foram a produção de documentários e claro, a técnica de montagem e sobreposição de imagens. Este é o grande motivo que faz esse cinema ser extremamente importante e influenciador até os dias de hoje.
Lev Kuleshov, Sergei Eisenstein, Pudovkin e Dziga Vertov trabalharam em filmes panfletários e com fins educativos, destinados muitas vezes à plateia de pessoas iletradas. Essa experiência teve um efeito profundo na futura abordagem radical de questões intelectuais e estéticas do cinema.
Kuleshov, com suas edições, trouxe à tona uma verdadeira discussão sobre o efeito da montagem cinematográfica, mesmo Griffith já tendo realizado tais técnicas de maneira instintiva, foi o diretor russo que pôs esse pensamento em teoria.
O Efeito Kuleshov
O Experimento realizado pelo cineasta é muito conhecido e estudado até hoje. Kuleshov filmou separadamente um rosto de um homem sem expressão, um prato de sopa, um caixão e uma mulher sensual. Primeiramente ele juntou o rosto com o prato, depois o rosto com o caixão e por fim o rosto com a mulher, e percebeu então, que a platéia captava uma expressão no rosto do homem que na verdade não existia.
Primeiramente viam uma expressão de fome quando a edição trazia o rosto do homem e o prato de sopa, depois, com o caixão, a platéia viu uma expressão de luto e por fim, uma expressão de desejo, quando havia a cena da mulher em um divã. Mas acontece que a cena do rosto do homem era exatamente a mesma nas 3 montagens.
Então, o significado de um filme não estava apenas naquilo mostrado em uma cena – como as coisas se arranjam em um quadro, mas sim na sequência do filme em si.
Essas ideias de montagem foram assimiladas por outros diretores, principalmente por Sergei Eisenstein, um dos nomes mais conhecidos do cinema russo, tendo presenteado a sétima arte com grandes obras como “Outubro”, de 1928, “Cavaleiros de Ferro” (1938), “Ivan, O Terrível” (1945), mas nada se compara ao grande clássico “O Encouraçado Potemkin” de 1925, um dos filmes mais importantes do cinema e que possui uma das cenas mais marcantes da história, filmada na Escadaria de Potemkin, localizada em Odessa.
E aí, o que achou da Montagem Soviética? Ficou interessado em conhecer ainda mais sobre esse período tão importante para o cinema?
Conheça mais sobre a história do cinema acessando nossas postagens sobre os movimentos cinematográficos abaixo.
– Expressionismo Alemão
– Surrealismo
– Neorrealismo Italiano
Referência Bibliográfica: Livro Tudo Sobre Cinema, de Philip Kemp, lançado no Brasil pela editora Sextante.
Curta a nossa página do Facebook.
Siga nosso Instagram.
Se Inscreva no nosso canal do Youtube.