Nouvelle Vague – movimento cinematográfico
Já falamos de vários movimentos cinematograficos aqui nessa série sobre a história do cinema, mas como influência para as gerações seguintes, a Nouvelle Vague se destaca.. Tudo começou devido a presença de duas pessoas especiais: um arquivista cinematográfico chamado Henri Langlois, cofundador da cinemateca francesa e o crítico André Bazin, um dos fundadores da lendária revista Cahiers du Cinéma.
Leia também:
– Expressionismo Alemão
– Neorrealismo Italiano
– Surrealismo no cinema
– A Montagem Soviética no Cinema
Os futuros e principais diretores do movimento frequentavam a Cinémathèque e conheciam Langlois. Geralmente passavam madrugadas discutindo os filmes que assistiam, afinal, o lugar era uma espécie de cineclube. Dentre os cineastas que iriam escrever mais tarde para a revista citada, estavam nada menos do que François Truffaut, Jean-Luc Godard, Eric Rohmer e Jacques Rivette.
Além deles, é impossível falar de Nouvelle Vague sem falar de uma das principais realizadoras do movimento e uma das principais diretoras de todos os tempos na história do cinema, pois é, eu não to exagerando não, falo de Agnès Varda. Seus filmes, geralmente carregados de críticas sociais dentro de uma estética realista documental, tornaram-se exemplo do ótimo cinema francês e do potencial feminino para a sétima arte. Que muitas vezes é deixado de lado.
O cinema conservador da época não estava mais agradando público e imprensa, pelo contrário, era até desprezado pelo jornal, que defendia o desenvolvimento de algo diferente e mais autoral.
Sendo assim, os críticos da Cahiers du Cinéma se juntaram com outros frequentadores da Cinemateca para justamente realizarem seus próprios filmes e, assim, começou a surgir uma mudança total na estética e na linguagem cinematográfica.
O avanço da tecnologia se mostrou favorável ao movimento, uma vez que agora com equipamentos mais modernos seria possível realizar gravações em ruas e em outros ambientes que nao fossem necessariamente um estúdio cinematográfico.
A ideia dos diretores franceses era romper com aquilo que o público estava acostumado, trazendo novidades na linguagem, como uma montagem bastante despreocupada com a linearidade da história, cenas filmadas na rua e sem ensaio que focam no psicológico dos personagens, suas relações cotidianas e banais. Takes com luz natural, som direto e os jump cuts (aquele corte rápido e abrupto) passaram a ser usados com mais frequência.
Entre os principais filmes da Nouvelle Vague, preciso destacar “Acossado” (1960), “Viver a Vida” (1962) e “Bando à Parte” (1964) de Jean-Luc Godard; “Os Incompreendidos” (1959) e “Jules e Jim – Uma Mulher para Dois” (1962) de François Truffaut; “Cléo das 5 às 7” (1962) de Agnès Varda e claro, “Hiroshima Meu Amor” (1959) de Alain Resnais.
Espero que eu tenha instigado vocês a conhecerem mais a fundo este movimento cinematográfico tão importante e influenciador.
Veja também:
15 filmes essenciais da Nouvelle Vague Francesa que você precisa assistir
Quais são os seus filmes favoritos da Nouvelle Vague? Comente.
Curta a nossa página do Facebook.
Siga nosso Instagram.
Se Inscreva no nosso canal do Youtube.
Referência Bibliográfica: Livro Tudo Sobre Cinema, de Philip Kemp, lançado no Brasil pela editora Sextante.