Marilyn Monroe – conheça mais sobre a vida da grande musa da cultura pop
O século XX possui um hall de artistas extraordinários. Pessoas que se dedicaram às mais variadas formas e expressões de arte de maneira única e inigualável. Alguns desses astros e estrelas possuíam um brilho tão forte que foram considerados como seres quase sobrenaturais, não humanos, espetáculos vivos, personificações da própria arte.
No monte Olimpo do cinema, até hoje, o papel de Hera vem sendo interpretado por uma jovem loira, sedutora, provocante, audaciosa, polêmica, escandalosa, transgressora, diva, ingênua, fatal… enfim, com centenas de atributos. Estamos falando de Norma Jean Mortensen.
Mas afinal, quem é Norma Jean?
Norma Jean é o nome verdadeiro de Marilyn Monroe. Poucas biografias de Hollywood são tão intensas e possuem um começo e fim tão dramáticos como a dela.
Norma nasceu no dia primeiro de junho de 1926, em Los Angeles, Califórnia. Sua mãe, Gladys Pearl Mortensen, era uma operária que passou a maior parte da vida internada em manicômios. Seu pai, ela nem chegou a conhecer.
Nesse ambiente familiar instável, Norma Jean cresceu e foi criada em lares adotivos e orfanatos. Em 1937, foi adotada por uma conhecida de sua mãe chamada Grace Mckee Goddard. Porém, cinco anos depois o marido de Grace foi transferido para Costa Leste e ela não tinha mais condições de cuidar de Norma. A solução da jovem foi se casar em 1942, com 16 anos de idade, com Jim Dougherty de 21 anos, com quem estava namorando há seis meses.
Jim entrou para a Marinha e em 1944 foi transferido para o Pacífico Sul. Norma Jean não pôde acompanhar o marido mudando-se para a casa da família dele, onde junto com a sogra começou a trabalhar em uma fábrica de paraquedas. Num certo dia, um fotógrafo das Forças Armadas visita a fábrica querendo achar uma modelo fotográfica que servisse como propaganda do apoio feminino aos enviados à guerra. Quando esse fotógrafo percebe o brilho natural de Norma logo a escolhe e depois a encaminha a agência de modelos Blue Book, onde rapidamente é aprovada e passa a estampar capas de revistas.
Após o súbito sucesso como modelo, Norma então tentou sua carreira de atriz tendo como remuneração pelo seu primeiro trabalho apenas cinco dólares. Em 1946, assinou seu primeiro contrato com a Twentieth Century Fox, mas um pouco antes havia assinado o seu divórcio com Jim.
1947 foi um ano importante para Norma. Foi nesse ano que a jovem atriz estreou no cinema em um irrelevante papel em “The Shocking Miss Pilgrim”. Além disso, Norma Jean adotou o nome artístico de Marilyn Monroe, que consagraria sua fama alguns anos depois. Ainda em 1947, Marilyn Monroe teve participação em três outros filmes da Fox, “Nasceste para mim”, “Torrentes de Ódio” e “Idade perigosa”. Porém, Marilyn tinha papéis pouco notáveis e seu contrato com a Fox foi se findando em 1948.
Um dia, nos corredores da Fox se encontrou com o produtor Joe Schenck, um dos fundadores do estúdio, que se encantou com a jovem e ajudou-a a trabalhar na Columbia dando-lhe um papel de destaque no filme “Mentira salvadora” de 1948. Marilyn foi chamada no meio hollywoodiano de “a garota do Schenck”, alusão que a considerava sua amante. No entanto, Monroe sempre desmentiu essas suspeitas, mas reconhecia o produtor como seu protetor no meio artístico.
Nesse meio tempo, muitos produtores procuraram a jovem atriz para oferecer-lhe trabalho. Porém, as propostas eram maliciosas, segundo a própria Marilyn as insinuações ao sexo eram constantes, mas ela sempre as negava.
Em 1949, a atriz é escolhida pela Metro Goldwyn Mayer para interpretar uma jovem sexy numa pequena aparição em “Loucos de amor”, ao lado do grande humorista Groucho Marx. Embora pequena, sua participação nesse filme faz com que a Fox a contrate novamente para o filme “O que pode um beijo” de 1950. Porém, seu papel ainda não é de grande destaque até que o vice-presidente da mais prestigiada agência de atores, Johnny Hyde percebe o talento da moça e torna-se seu agente.
A partir de então, a carreira de Marilyn deslanchou. Fez seu primeiro papel de destaque em 1950, no filme “O Segredo das joias”. Depois, no mesmo ano, finalmente participou de um grande filme, “A malvada” com Bette Davis e Anne Baxter. Estrela ainda em “Por um amor” e “A faísca” de 1950. Antes de morrer, Hyde propõe casamento a Marilyn, para que a atriz tenha parte em sua herança. No entanto, a proposta é recusada, mas o agente consegue renovar o contrato de Monroe com a Fox e a convence a se submeter a uma pequena cirurgia plástica no nariz e no queixo, dando-lhe um rosto esteticamente “perfeito”.
Após a morte de Hyde, Marilyn volta a participar de filmes sem muito destaque, como “Em cada lar um romance” (1951), “Sempre jovem” (1951), “O segredo das viúvas” (1951) e “Joguei minha mulher” (1951). Seu nome só apareceria com destaque em 1952 com o filme “Só a mulher peca” da produtora RKO que pediu a atriz emprestada. O alvoroço do lançamento desse filme deve-se ao fato que em 1949, Marilyn havia posado nua em um calendário e os espectadores ficaram sabendo que se tratava da atriz. O escândalo não prejudicou a carreira da jovem, que foi chamada pela Fox para os filmes “Travessuras de casados”, “Almas desesperadas”, “O inventor da mocidade” e “Páginas da vida”, ambos de 1952.
No início de 1953, o salário de Marilyn já era de 1200 dólares semanais. Nesse ano é que o filme “Torrentes de paixão” vai consagrá-la ao estrelato mundial e iniciar sua projeção como sexy simbol. Depois com os grandes sucessos “Os homens preferem as loiras” e “Como agarrar um milionário” (1953), Marilyn Monroe atinge o mais alto ponto dos holofotes e torna-se sinônimo de sensualidade com suas insinuações, danças, corpo e expressões faciais.
Em 1953, Marilyn Monroe inscreve sua marca na Calçada da Fama, como uma das maiores estrelas de Hollywood. No mesmo ano causa um estardalhaço mundial ao estampar completamente nua e insinuante a capa número 1 da revista Playboy estadunidense. Era definitivamente a sua consagração como maior símbolo sexual de Hollywood.
De 1953 a 1962, Marilyn estrelou em outros nove filmes, com grande destaque para “Quanto mais quente melhor” de 1959. Entretanto, durante esse período e enquanto sua carreira e fama atingiam níveis atmosféricos, a sua vida pessoal começava a sentir o peso do estrelato meteórico.
Em 1954, Monroe se nega a participar de um filme com o ator Frank Sinatra, alegando que deveria receber o mesmo cachê que ele. Recusa a participar de vários outros filmes até que seu contrato é modificado e ela passa a ganhar 100 mil dólares por filme. Em 1957 consegue fundar sua própria companhia de cinema, a Marilyn Monroe Inc. que entrou em falência no ano seguinte. Algum tempo depois um milionário grego sugeriu a Rainier, príncipe de Mônaco, que se casasse com uma grande estrela de Hollywood e a oferta foi feita a Marilyn. Porém, o príncipe veio a se casar com a atriz Grace Kelly.
Se tratando de casamento, Marilyn havia se casado em 1954 com o ex-jogador de beisebol Joe Di Maggio. O casamento se desfez nove meses depois, pois o jogador não aguentou a exposição excessiva da esposa. Em 1956 casou-se com o dramaturgo Arthur Miller, mas separaram-se em 1961. Sua vida amorosa sucedeu então em alguns casos e polêmicas envolvendo sexo e romances passageiros. Marilyn Monroe não teve filhos. Segundo a biografia “Marilyn”, lançada em 1973 por Norman Mailer, até seus 29 anos, ela já havia feito pelo menos 12 abortos.
Marilyn Monroe entrou em uma profunda depressão em 1961. Foi internada por alguns dias em um hospital psiquiátrico e ao recuperar a lucidez ligou para seu ex-marido Di Maggio tirá-la de lá. No ano seguinte, Marilyn aparentemente está recuperada e volta a prender a atenção dos holofotes, dessa vez, no Madison Square Garden durante a festa de aniversário do presidente John Kennedy. Marilyn apareceu usando um provocante vestido e sem roupas íntimas, cantando “Parabéns a você” num tom ainda mais provocador. O fato reforçou os rumores que a atriz e o irmão do presidente, Robert Kennedy tivessem um romance secreto.
Alguns fotogramas de cenas em que Marilyn Monroe está nua em um banho de piscina acabam vazando da Fox e correndo por todo o mundo. A atriz começa a não frequentar eventos da produtora e faltar em filmagens. Em junho de 1962, a Fox demite Marilyn Monroe por “violação voluntária de contrato”.
Na noite de 5 de agosto de 1962, Marilyn tenta desesperadamente entrar em contado com seu amante, Robert Kennedy por telefone, chegando a ligar para a Casa Branca. No dia seguinte, a polícia de Los Angeles encontra o corpo de Marilyn Monroe em seu apartamento e os legistas constatam a overdose com remédios para dormir. Tragédia ou suicídio? Morria a maior estrela de Hollywood. A mulher esplêndida e desejada por todos era na verdade uma jovem que aos 36 anos de idade ainda possuía uma carência quase infantil de amor e afeto.
Porém, Marilyn Monroe tonou-se um mito, uma lenda, uma estrela sem precedentes na história do cinema. Uma das figuras femininas de maior destaque da história do século XX.